Política
Edvaldo Magalhães chama a atenção para os conflitos agrários em Feijó e Tarauacá ligados à exploração de créditos de carbono
Política
Em discurso nesta quarta-feira (20), o deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) voltou a chamar a atenção para um problema fundiário que vem ocorrendo no Acre, especialmente na região de Feijó e Tarauacá. Com a comercialização de crédito de carbono entre os antigos “proprietários” dos seringais e grandes empresas, posseiros têm sido pressionados a deixarem as áreas ou assinarem acordos de comodatos, burlando o direito à terra.
“Quero retomar um debate que tenho feito aqui, que diz respeito a uma demanda cada vez maior de moradores antigos de famílias de longas datas que residem nos antigos seringais, que hoje sofrem com a nova frente de pressão e ocupação da terra, que são os projetos de crédito de carbono, negociados entre antigos “proprietários” de seringais ocupados há décadas por posseiros, moradores, ribeirinhos, e empresas que dinheiro fácil, com a ilusão que abrem de fato uma nova frente de conflito pela terra no estado do Acre. E, isso tem ficado cada vez mais nítido, mais aguda na região do Tarauacá e Envira. Na região do Jurupari e do Alto Envira há conflitos permanentes”, disse Edvaldo Magalhães.
Ainda de acordo com o parlamentar, para se ter uma dimensão do problema, só na área da fazenda do apresentador Ratinho, há 600 famílias de posseiros. “Em Tarauacá, nos antigos seringais Santa Cecília e Tamandaré, temos ali uma área de conflito. Na antiga Paranacre, que agora é seringal Samaúma, ali residem mais de 600 famílias. É uma área de terra muito grande. Na área do Rio Muru, em Tarauacá, na comunidade Paraíso, são cerca de 100 famílias”, afirmou.
E acrescentou, ao destacar o trabalho da Defensoria Pública Estadual, na defesa dos trabalhadores rurais. “Neste sentido, eu tenho tratado e quero fazer um reconhecimento a nossa Defensoria Pública do Estado do Acre que tem olhado para este tipo de problema, não de uma forma contemplativa, mas afirmativa e ativa, tratando dessas questões e assumindo a defesa dessas pessoas”.
Ao finalizar, o deputado disse que dia 13 de abril ele e a equipe da Defensoria Pública Estadual estarão em Tarauacá em agenda com Sindicato Rural, comandado pelo sindicalista Sandro Falcão, para tratar a respeito das ações de usucapião que deverão ser formalizadas.

Política
Exporta Mais Amazônia supera a marca de R$ 100 milhões em negócios e fortalece a imagem da região no mercado internacional
De 28 de setembro a 1º de outubro de 2025, Rio Branco sediou a 40ª edição do Exporta Mais Amazônia, promovido pela ApexBrasil em parceria com o Sebrae. O evento reforçou o papel da Amazônia como fornecedora de produtos sustentáveis para o mercado global e alcançou o maior resultado de sua história: R$ 101,5 milhões (US$ 17,8 milhões) em expectativas de negócios.
Uma imersão na floresta e nas cadeias produtivas
O programa teve início no dia 28, com uma experiência sensorial no Seringal Cachoeira, em Xapuri. Ali, 25 compradores de 18 países participaram de uma imersão conduzida por lideranças comunitárias, seringueiros e cooperativas locais, conhecendo de perto o modo de vida extrativista e a biodiversidade amazônica.
Em seguida, a programação em Rio Branco contou com seminários, visitas técnicas e duas rodadas intensas de negócios, que somaram 337 reuniões comerciais, cada uma com cerca de 30 minutos. Ao todo, 76 empresas da região Norte, sendo 44 do Acre, apresentaram seus produtos a importadores interessados em setores como açaí, café robusta, castanha-do-brasil, farinha de mandioca, frutas processadas, carnes e artesanato.
Resultados históricos
O balanço consolidado da ApexBrasil confirma que esta foi a edição mais bem-sucedida do Exporta Mais Amazônia:
- Artesanato: R$ 6,6 milhões (US$ 1,2 milhão)
- Proteína animal (bovina e suína): R$ 4,4 milhões (US$ 775 mil)
- Outros alimentos e bebidas (açaí, cafés, castanhas, farinha, frutas): R$ 90,5 milhões (US$ 15,9 milhões)
- Total: R$ 101,5 milhões (US$ 17,8 milhões)
Entre os países compradores, os destaques foram:
- China: R$ 63 milhões
- Bulgária: R$ 8,5 milhões
- Emirados Árabes Unidos: R$ 6,3 milhões
Um dos exemplos emblemáticos foi o acordo com a rede chinesa de fast-food Mixue, que atua na compra de frutas, especialmente açaí, e firmou negócios de US$ 10 milhões (mais de R$ 50 milhões) para os próximos 12 meses.
Impactos e simbolismo
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, comemorou os resultados, lembrando que eles confirmam a trajetória ascendente do Acre no comércio exterior:
“O Acre ultrapassou US$ 87 milhões em exportações em 2024 e já alcançou cerca de US$ 70 milhões na metade de 2025. Agora, com os resultados do Exporta Mais, temos condições de superar os US$ 100 milhões no próximo ano. Mais do que números, estamos consolidando a imagem da Amazônia como provedora de produtos sustentáveis e de alta qualidade para o mundo”.
O Exporta Mais Amazônia reforça a estratégia de aliar negócios à sustentabilidade. Ao aproximar compradores internacionais das comunidades extrativistas e dos produtores locais, o programa legitima os produtos amazônicos no mercado global, destacando-os não apenas pelo valor econômico, mas também pela identidade socioambiental.
Para o Acre, os ganhos vão além dos contratos: significam visibilidade internacional, estímulo à economia local, geração de empregos e fortalecimento das cadeias produtivas, sempre em sintonia com a preservação da floresta.
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