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Exoneração relâmpago de delegado no Gefron, após visita do senador Alan Rick, escancara perseguição política no Acre
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Foram apenas 17 dias. Esse foi o tempo que o delegado Rêmullo Diniz conseguiu permanecer no comando do Grupo Especial de Operações em Fronteira (Gefron) antes de ser abruptamente exonerado. O estopim? Uma visita institucional do senador Alan Rick à unidade.
Segundo informações repassadas ao portal 3 de Julho, a ordem para a exoneração teria partido diretamente do secretário de Estado de Governo (SEGOV), Luiz Calixto. E não se trata de um episódio isolado. Calixto ganhou notoriedade no Palácio Rio Branco por agir com “carta branca” concedida pelo governador Gladson Cameli, mirando especialmente quem não se curva ao projeto eleitoral da atual gestão.
O caso levanta suspeitas de uma perseguição política escancarada. O que deveria ser uma mera visita institucional de um parlamentar transformou-se em justificativa para afastar um delegado que sequer teve tempo de apresentar resultados em sua gestão.
Nos bastidores, a exoneração reforça a tese de que Calixto atua como um fiscal político do governo, perseguindo servidores e gestores que ousam se aproximar de lideranças fora do círculo de apoio à pré-candidatura da vice-governadora Mailza Assis ao governo em 2026.
Ou seja: não é o desempenho profissional ou a segurança pública que pautam as decisões do governo, mas sim os cálculos de conveniência eleitoral.
Servidores ouvidos pela reportagem classificam o episódio como “perseguição clara e vergonhosa”. Para eles, a interferência política no Gefron enfraquece não apenas o trabalho da segurança pública, mas também desmoraliza as instituições que deveriam atuar de forma técnica e independente.
Enquanto crimes transnacionais como tráfico de drogas e contrabando desafiam diariamente as forças de segurança nas fronteiras, a prioridade do governo Cameli parece ser vigiar quem se encontra com quem.
Mais do que uma simples exoneração, o episódio expõe o uso da máquina estatal para blindagem política. Ao preferir punir quem recebe visitas “indesejadas” em vez de investir na segurança pública, o governo mostra que seu foco está menos na proteção da população e mais na manutenção de projetos pessoais de poder.
O afastamento precoce de Rêmullo Diniz é mais um alerta de que o Acre segue dominado por uma lógica de perseguição, onde interesses eleitorais falam mais alto do que a vida e a segurança dos cidadãos.
A exoneração do delegado Rêmullo Diniz não é um ato administrativo comum: é um recado político claro e cruel. O governo de Gladson Cameli, por meio de seu homem-forte, Luiz Calixto, deixou evidente que não hesitará em usar a máquina pública para intimidar, vigiar e calar.
O Acre assiste a um governo que prefere transformar seus órgãos em instrumentos de perseguição do que fortalecê-los como pilares da democracia. O que está em curso não é gestão, mas sim chantagem política com dinheiro público. E quem paga essa conta é a população, que continua refém da violência nas fronteiras e da manipulação no poder.

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STJ fecha portas para manobras da defesa de Gladson Cameli, reafirma validade dos relatórios do COAF e alerta: o uso de novos recursos meramente protelatório poderá acarretar multa
A mais recente tentativa dos advogados do governador afastado Gladson Cameli de suspender o processo que corre contra ele no Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi rechaçada de forma categórica pela Corte Especial. O recurso buscava questionar a utilização dos Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) produzidos pelo COAF, documentos centrais nas investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
A defesa de Cameli alegava que tais relatórios só poderiam ser acessados com autorização judicial e apontava supostas irregularidades em decisões anteriores. Mas o STJ foi enfático: o tema já havia sido analisado quando da aceitação da denúncia e não cabe, nesta fase, rediscutir provas ou criar entraves para retardar o processo.
A relatora, ministra Nancy Andrighi, foi clara ao rejeitar os embargos de declaração, destacando que não havia omissão, contradição ou obscuridade na decisão anterior. Para o STJ, o recurso representava apenas “mero inconformismo” da defesa com os fundamentos já adotados.
Em sua decisão, Andrighi também lembrou que a própria Suprema Corte, em decisão do ministro Alexandre de Moraes, já havia delimitado que não há risco de paralisação das investigações quando o Ministério Público ou a Polícia Federal requisitam diretamente informações ao COAF ou à Receita Federal, desde que respeitados os requisitos legais e o sigilo.
Decisões recentes dos ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino reforçam essa interpretação, reconhecendo como legítima a atuação das autoridades investigatórias.
Além de rechaçar os argumentos, a ministra deixou um alerta: o uso de novos recursos com caráter meramente protelatório poderá acarretar multa. Ou seja, a estratégia da defesa de empurrar o processo para frente pode sair ainda mais cara.
Na prática, o julgamento do STJ enfraquece mais uma tentativa de blindagem de Cameli, que segue pressionado por denúncias de corrupção e desvio de recursos públicos. Ao rejeitar as manobras jurídicas, o tribunal sinaliza que não aceitará atrasos artificiais em processos de tamanha gravidade.
Enquanto isso, a população do Acre continua à espera de respostas concretas sobre os escândalos que envolvem o governador afastado. O processo avança, e cada derrota judicial da defesa de Cameli reforça a tese de que a Justiça não se curvará a expedientes protelatórios.
Clique aqui e veja na íntegra o voto Ministra Nancy
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