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STJ estende por 180 dias as restrições contra Gladson Cameli, que permanece impedido de viajar, com bens bloqueados e sob rígido controle judicial
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Novas prorrogações incluem bloqueio de bens, restrições de contato e proibição de viagem
A nova decisão da Corte Especial do STJ, que prorrogou por mais 180 dias as medidas cautelares contra Gladson Cameli, não apenas estende as restrições impostas ao governador ela expõe, de maneira direta e incontestável, o colapso moral, político e administrativo de um governo que se arrasta entre denúncias, escândalos e suspeitas cada vez mais desconfortáveis. A Justiça deixa claro que não há confiança mínima para flexibilizar qualquer medida, revelando o nível de gravidade que envolve o chefe do Executivo acreano.
A manutenção das restrições, como a proibição de deixar o país, o bloqueio de bens e a obrigação de não contatar outros investigados, reforça que o STJ não enxerga um ambiente seguro para que Cameli atue com plena liberdade. Ao justificar a prorrogação, a ministra Nancy Andrighi foi objetiva: as cautelares estão vencendo, e a Justiça não pode correr o risco de permitir qualquer brecha que reforce o poder de articulação do governador sobre o esquema criminoso que é investigado há anos, com indícios robustos reunidos pela Polícia Federal e pela CGU.
As acusações contra Cameli não são meras suspeitas políticas são denúncias devastadoras. O governador responde por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, peculato, fraude em licitação e organização criminosa. A Operação Ptolomeu expôs um suposto esquema que drenou milhões dos cofres públicos e beneficiou diretamente familiares e aliados do governador. O contrato de R$ 24,3 milhões com a empresa Murano, recheado de sobrepreço, superfaturamento e serviços sem lastro técnico, é símbolo de uma gestão marcada por descontrole, favorecimentos e manipulação da máquina pública para interesses privados.
O esquema revelado pela PGR demonstra uma estrutura criminosa detalhada, montada para ocultar beneficiários reais, manipular atas de preços e assegurar que empresas sem capacidade técnica pudessem operar contratos milionários no Acre. Quase dois terços dos valores pagos não tinham nenhuma relação com o objeto do contrato, configurando um desvio deliberado de dinheiro público. Trata-se de um retrato chocante de como a administração estadual, sob o comando de Cameli, teria sido usada como ferramenta de lucro ilícito.
Mesmo diante de provas, laudos e indícios fartamente documentados, Gladson Cameli insiste na narrativa de vitimização, repetindo que é alvo de perseguição e que estaria enfrentando um “terrorismo acusatório”. Porém, cada nova decisão judicial desmonta seu discurso e reforça a percepção de que o governador perdeu completamente a credibilidade política. Com o julgamento marcado para 19 de novembro, o Acre convive com um governo à beira do colapso institucional, liderado por um gestor que tenta se manter no cargo enquanto afunda em denúncias que já ultrapassam o limite do aceitável para qualquer autoridade pública.
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Faltam menos de duas semanas para o julgamento de Gladson Cameli no STJ, considerado o maior escândalo de corrupção da história do Acre

Decisão sobre denúncias contra Gladson Cameli se aproxima e aumenta expectativa no Acre – Foto: Pedro Devani
A contagem regressiva para o dia 19 de novembro escancara um dos momentos mais delicados da história recente do Acre. Nesta data, às 14h (horário de Brasília), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai julgar o governador Gladson Cameli (PP) em uma ação penal que o acusa de participar de um amplo esquema de corrupção, fraudes em licitação, desvio de recursos públicos e formação de organização criminosa.
A Corte Especial do STJ já aceitou, em maio deste ano, a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), elevando Cameli à condição de réu. Entre os crimes imputados pela acusação estão corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude à licitação todos ligados às investigações da Operação Ptolomeu, desencadeada pela Polícia Federal em 2019.
O caso gira em torno da contratação da empresa Murano, de Brasília, para prestação de serviços ao governo do Acre. Segundo o MPF, a empresa teria subcontratado outra firma sediada no estado, cujo sócio é Gledson Cameli, irmão do governador. Para os investigadores, esse arranjo configura um esquema de favorecimento financeiro que drenou dinheiro público e beneficiou diretamente o núcleo político ligado ao chefe do Executivo.
Apesar da gravidade das acusações e do avanço das evidências apontadas pela PF e pelo MPF, Gladson Cameli permaneceu no cargo mesmo após se tornar réu. O fato alimenta críticas de que o governo continua funcionando sob forte sombra de suspeição, enquanto o Acre acompanha perplexo a proximidade da decisão que poderá redefinir o comando do Estado.
A menos de duas semanas do julgamento, a pressão política aumenta e o clima é de absoluta incerteza. O Acre agora assiste a um governador que carrega uma extensa lista de denúncias e que poderá enfrentar um desfecho histórico: condenação, afastamento, prisão ou até a combinação de todas essas possibilidades, caso a Corte entenda que os crimes foram praticados e que a permanência no cargo representa risco.
Enquanto o tempo corre e o dia 19 se aproxima rapidamente, cresce a pergunta que ecoa entre servidores, lideranças políticas e a população: qual será o destino de Gladson Cameli?
O Acre aguarda. E desta vez, o relógio corre contra o governador.
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