Cultura
Aumento da temperatura por desmates trará graves consequências para quem vive na Amazônia
Cientistas alertam que aumento do desmatamento vai elevar temperatura da região em 1,45ºC e rarear chuvas no Brasil e no Sul da América do Sul.
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Cientistas alertam que aumento do desmatamento vai elevar temperatura da região em 1,45ºC e rarear chuvas no Brasil e no Sul da América do Sul.
Temperatura alta e seca devem dificultar muito a vida de quem vive na Amazônia a partir dos próximos anos – Foto Divulgação
Os cientistas nacionais e internacionais vêm alertando há alguns anos para a catástrofe ambiental que o aumento do desmatamento na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, representará para desequilíbrio climático do planeta, gerando muitos prejuízos econômicos e sociais para toda a população, a começar as do Brasil e de outras partes da América do Sul.
O grave alerta é que se a devastação da grande floresta continuar crescendo, passando dos atuais 20% para 25% da sua área total, simplesmente haverá redução drástica das chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, além dos países situados no sul da América do Sul, por causa do fim dos “rios voadores”, que levam pelo paredão da Cordilheira dos Andes a água evaporada da Amazônia para essas regiões sul-americanas. Ou seja, faltará ali água para beber, para plantar e para gerar energia elétrica, transformando a região num inferno.
Agora, os cientistas se debruçam sobre as consequências imediatas do aumento do desmatamento para a própria região amazônica. E elas também são péssimas para a sua população. Um estudo publicado esta semana na renomada revista científica PLOS ONE por pesquisadores da Universidade Estadual do Rio (Uerj), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (San Francisco) adverte para a ocorrência de significativo aumento da temperatura na região caso a devastação continue ocorrendo no mesmo nível em que se encontra atualmente.
Segundo os cientistas, se o desmatamento na Amazônia continuar no ritmo atual, a perda da floresta pode levar, até 2050, a um aumento médio da temperatura da região de 1,45°C, o que, além de afetar a biodiversidade local, poderá ter graves impactos econômicos e sociais, incluindo o aumento da ocorrência de algumas doenças infecciosas e da demanda por energia elétrica e água. Além disso, de acordo com o estudo, haverá redução na produtividade de cultivos.
Ciclo dos rios voadores amazônicos leva as chuvas para o Centro-Oeste, Sudeste, Sul e outros países sul-americanos – Foto Reprodução
O grupo de cientistas e pesquisadores das três universidades analisou o impacto já sentido da retirada da cobertura vegetal na reflexão da luz solar e na capacidade de evapotranspiração da floresta (perda de água do solo por evaporação e da planta por transpiração) sobre a temperatura do solo em regiões tropicais e o que pode ocorrer no futuro na Amazônia.
Quando a floresta é convertida em soja, temperatura da superfície aumenta até 5°C
O estudo assinala que o desmatamento já promoveu em áreas tropicais da Terra um aumento de 0,38°C entre 2000 e 2010. “Quando olhamos áreas tropicais que sofreram taxas maiores de desmatamento, o aumento de temperatura foi muito maior. Por exemplo, em áreas que perderam 50% de sua cobertura florestal, o aumento médio foi de 1,08°C. Em áreas com 100% de desmatamento, o aumento pode chegar a quase 2°C. Isso provavelmente ocorreu em áreas ao longo do arco do desmatamento da Amazônia”, assinala o ecólogo Jayme Prevedello, da Uerj.
Prevedello explica que esses valores de aquecimento são uma média entre as temperaturas diurna e noturna. “Se considerarmos apenas a temperatura durante o dia, os aumentos são ainda mais dramáticos. Na média, o aumento foi 0,87°C. Para locais com 50% de desmatamento, foi de 1,7°C, e para 100% de desmatamento, foi de 3°C em média, podendo chegar a 5,1°C”, informa o pesquisador da Uerj.
Rios voadores da Amazônia alimentam as chuvas da maior parte do território sul-americano – Foto Divulgação
Segundo publicou a Agência Estado, do jornal Estadão, os autores do estudo também mediram os impactos que podem ser sentidos entre 2010 e 2050 especificamente para a Amazônia, em um cenário com taxas de desmatamento em alta semelhantes às atuais e considerando que o Código Florestal seja cumprido. No primeiro cenário, a temperatura pode subir em média até 1,45°C.
“Este nível de aquecimento é dramático em áreas com alto nível de desmatamento e rivaliza com o aumento de temperatura pelas mudanças climáticas. Honestamente, fiquei surpreso com esses valores. Já sabíamos há muito tempo que nas margens da floresta, próximo de uma área desmatada, é muito mais quente, mas não sabíamos que esse nível de aquecimento penetrava em áreas tão grandes”, complementa Barry Sinervo, da Universidade da Califórnia, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.
Segundo a Agência Estado, os resultados são consistentes com outros trabalhos que compararam áreas florestadas com pastagem e cultivos de soja. Um estudo de 2015 de pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e do Centro de Pesquisa Woods Hole, em Mato Grosso, mostrou que, quando a floresta é convertida em soja, ocorre um aumento na temperatura da superfície de mais de 5°C.

Cultura
Projeto Som do Acre já definiu os 2 selecionados que irão compor o line-up do Festival Varadouro 2025
Crédito foto kaemize: Eden Carlos
O projeto Som do Acre já definiu os 2 selecionados que irão compor o line-up do Festival Varadouro 2025. Os artistas Duda Modesto e Kaemizê + convidados foram os escolhidos desta edição, conquistando espaço em um dos palcos mais importantes da música independente da região Norte.
Eles se apresentam no Festival Varadouro, que acontecerá nos dias 12, 13 e 14 de dezembro de 2025, ao lado de outros nomes da cena nacional e regional.
O processo de seleção ocorreu após as mentorias formativas realizadas em setembro deste ano, que reuniram artistas locais e profissionais da cena nacional em encontros voltados para a gestão de carreira, estratégias de comunicação e fortalecimento da cadeia produtiva da música. A diversidade dos selecionados mostra a vitalidade da produção musical no Acre, que segue em constante renovação.
Os escolhidos desta edição irão se juntar às bandas Filomedusa, Los Chicos de Menezes e Maya Dourado, selecionadas no Som do Acre em 2024, reforçando a continuidade da proposta de valorizar e dar visibilidade à música autoral acreana.
Para a produtora cultural Karla Martins, da Eita Pau Produções, a escolha dos artistas reforça a missão do Som do Acre de ser um espaço de visibilidade e de fortalecimento da música autoral.
“Cada edição é uma oportunidade de revelar novas sonoridades e conectar artistas locais a circuitos maiores. Duda Modesto e Kaemizê e convidados representam bem essa potência criativa do nosso estado e certamente vão marcar presença no Festival Varadouro”, destacou.
*Sobre os artistas selecionados em 2025*
Kaemizê é rapper, compositor e produtor musical acreano, atuante na cena do hip hop desde 2014. Integrante do Centro Acreano de Hip Hop, uma das entidades mais representativas da cultura urbana no estado desde 2004, se destaca por utilizar a música como ferramenta de expressão social, pessoal e cultural.
Com uma trajetória sólida na música independente, já lançou diversos singles, dois EPs e um álbum, consolidando presença marcante na internet e no cenário do rap nacional. Seu trabalho foi reconhecido com prêmios importantes, como a vitória no Festival de Rap Virtual realizado por Nocivo Shomon, o título de Melhor Álbum do Ano de 2023 pelo portal 5Elemento, a liderança local no Dia Mundial da Criatividade e, mais recentemente, o Prêmio Sebrae Amazônia de Música 2025, na categoria Melhor Artista.
Duda Modesto é cantora e compositora acreana, uma voz autêntica e marcante da nova geração do cenário musical da Região Norte. Iniciou sua trajetória em 2015, nos palcos da noite de Rio Branco, e a partir de 2022 passou a lançar trabalhos autorais. Seu single de estreia foi Pressa Safada, seguido do EP homônimo, que inclui uma colaboração com Diogo Soares (Los Porongas).
Misturando pop, indie, nova MPB e rock, Duda também lançou o single Vapor, de sonoridade eletrônica, e o EP Eu também sou do Acre (2024), com releituras de artistas conterrâneos, indicado ao Prêmio Sebrae Amazônia de Música 2025. Participou de festivais como Jovens do Futuro e Casarão, foi embaixadora do Women’s Music Event Awards 2023 e teve o clipe de Pressa Safada selecionado para o 12º Festival Curta Brasília. Em 2025, divulgou o single Esparramar durante turnê em Porto Alegre, alcançando mais de 85 mil streams no YouTube e Spotify.
O projeto Som do Acre é contemplado pelo Edital da Política Nacional Aldir Blanc – PNAB, com financiamento da Prefeitura Municipal de Rio Branco, produção da Eita Pau Produções e realização do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura.
Crédito foto Duda: Natan Peres
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