Política
Silêncio dos Bestene Sobre Mailza 2026 Expõe Estratégia para Assumir a Prefeitura com Eventual Renúncia de Bocalom ao Disputar o Governo
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Para a família Bestene, parece ser mais vantajoso abandonar o projeto Mailza 2026 e torcer pela renúncia de Bocalom.
É no mínimo curioso — para não dizer suspeito — que o vice-prefeito de Rio Branco, Alysson Bestene, e o primo vereador Samir Bestene mantenham completo silêncio quando o assunto é o projeto de candidatura de Mailza Assis ao governo em 2026. Ambos são figuras influentes no mesmo grupo político, mas evitam até mesmo uma defesa protocolar da ex-senadora, como se a vitória dela não tivesse qualquer relevância para o futuro político que dizem construir.
A explicação, porém, não está em divergências ideológicas ou estratégicas, mas sim no cálculo mais frio e pragmático da política acreana. O prefeito Tião Bocalom, do PL, insiste em colocar na cabeça que será candidato ao governo. Se levar esse plano adiante, será obrigado a renunciar ao cargo — e aí nasce o real interesse dos Bestene: Alysson assumiria a prefeitura e, com a caneta na mão, transformaria a chefia do Executivo municipal em uma plataforma de poder capaz de eleger deputado estadual, federal e até reorganizar a influência da família no tabuleiro político.
Nos bastidores, cresce o questionamento sobre o silêncio de Alysson, Samir e até de José Bestene em relação à candidatura de Mailza. É um silêncio ensurdecedor, estratégico e calculado. Afinal, apoiar Mailza significaria trabalhar por um projeto que não entrega nada diretamente à família, enquanto torcer — ainda que discretamente — pela renúncia de Bocalom pode garantir a eles o controle da maior cidade do estado. É uma escolha que dispensa discursos: basta olhar para onde cada um coloca sua energia, ou melhor, onde deixa de colocar.
A verdade é simples: se você tivesse diante de si a chance real de assumir o comando de Rio Branco, com estrutura, orçamento e visibilidade imediata, ou apoiar uma candidatura majoritária incerta, qual caminho escolheria? Os Bestene parecem já ter respondido, não pela boca, mas pela conveniência. E, ao que tudo indica, a prioridade deles não é Mailza 2026 — é a cadeira número um do Palácio Rio Branco municipal.
Política
“Não estamos preparados para a crise climática”, diz deputada Socorro Neri ao comentar desconhecimento sobre a COP30

“A maioria sente na pele, mas não está preparada para lidar com a crise climática”, diz Socorro Neri
Em plena COP30, em Belém (PA), uma pesquisa da Frente Parlamentar Mista da Educação (FPME), em parceria com o Equidade.info? mostra que apenas 1 em cada 10 estudantes brasileiros sabe o que é a conferência.
O levantamento, feito entre agosto e setembro de 2025, evidencia um baixo nível de conhecimento sobre mudanças climáticas e alerta para o fracasso na implementação efetiva da Lei 14.926/2024, que determina a obrigatoriedade da educação climática no país.
Embora sete em cada dez alunos afirmem ter ouvido falar em mudanças climáticas, só um terço consegue explicar o conceito. Outro terço admite não entender nada sobre o tema.
Entre os professores, 69% avaliam que as escolas não preparam os estudantes para lidar com os impactos do aquecimento global.
“A maioria já sente na pele o calor excessivo, a falta de água, as enchentes, mas não se sente preparada para lidar com isso. E só uma parte muito pequena sabe o que é a COP30″, aponta a deputada Socorro Neri (PP-AC), integrante da Frente da Educação.
Segundo ela, isso acende um alerta: “Educação climática não é detalhe, é assunto central, que precisa ser implementado de verdade nas redes de ensino, e não ficar só no discurso”.
Desigualdades regionais
A pesquisa também revela fortes desigualdades regionais. O Norte lidera em informação sobre a conferência — 27% dos estudantes e 77% dos professores conhecem o tema. No Nordeste, os índices são os mais baixos: 4% dos alunos e 52% dos docentes.
Em contraste, Goiás surpreende ao registrar níveis de conhecimento superiores aos do Pará, sede do evento.
Outro dado relevante é a diferença entre redes de ensino: alunos de escolas privadas têm quatro vezes mais conhecimento sobre a COP30 do que os da rede pública.
Entre os docentes, 53% afirmam não ter suporte pedagógico para tratar do assunto e dois terços dos gestores reconhecem que o tema ainda é pouco explorado nos planejamentos escolares.
Geração sem preparo ambiental
O professor Guilherme Lichand, coordenador do Equidade.info e docente da Stanford Graduate School of Education, alertou para o risco de uma geração sem preparo ambiental, já que a pesquisa mostra que 20% dos estudantes de escolas públicas dizem não saber como cuidar do planeta.
“Quando mencionam ações sustentáveis, a maioria cita atitudes individuais, como tomar banho mais rápido ou separar o lixo, e não mudanças estruturais, como a redução da poluição industrial ou incentivos a tecnologias verdes”, destaca.
A discussão ganha força com a Lei 14.926/2024, que obriga o ensino sobre mudanças do clima e proteção da biodiversidade a partir deste ano. No entanto, a aplicação ainda é tímida. E cria certo cetismo diante de outros projetos em tramitação no Congresso que pretendem ampliar políticas de formação docente e integrar a educação ambiental à saúde e à justiça climática.
“Professor e escola não precisam de mais cobrança, precisam de apoio. Falta formação continuada, material didático acessível e tempo no currículo. Se o professor tem suporte, ele transforma o tema em projeto, em debate, em algo conectado à realidade da comunidade”, argumenta Socorro Neri.
O levantamento ouviu 3.127 alunos, 372 professores e 210 gestores de 198 escolas públicas e privadas em todas as regiões do país.
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