Política
Acreanos reagem: deputada Socorro Neri é a única a votar contra a PEC da Blindagem e ganha apoio popular nas redes sociais
Política
Socorro Neri enfrenta bancada acreana e rejeita PEC da Blindagem – Foto: Reprodução
As redes sociais no Acre se transformaram em palco de manifestações de apoio à deputada federal Socorro Neri (PP) após sua postura firme contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem. A proposta, aprovada em primeiro turno nesta terça-feira (16), recebeu 353 votos favoráveis, 134 contrários e uma abstenção, e ainda precisará ser analisada em segundo turno antes de seguir para o Senado.
A PEC cria uma barreira à atuação da Justiça e do Ministério Público ao estabelecer que investigações ou prisões de parlamentares só poderão ocorrer com autorização do Congresso. Críticos afirmam que se trata de um retrocesso e um verdadeiro salvo-conduto para a impunidade política.
A exceção: coragem de Socorro Neri
Em meio à pressão política e ao corporativismo predominante, apenas Socorro Neri (PP) decidiu votar contra a PEC. Sua postura foi vista como um gesto de coragem e compromisso com a ética pública, honrando a confiança dos eleitores. Nas redes sociais, cidadãos acreanos e lideranças locais celebraram sua decisão, apontando-a como exemplo raro de parlamentar que coloca os interesses do povo acima dos privilégios de classe política.
“Enquanto a maioria escolheu se proteger, Socorro escolheu defender a democracia”, escreveu um internauta. Outro destacou: “Precisamos de mais parlamentares com a coragem da deputada”.
Esse alinhamento quase unânime foi interpretado por muitos eleitores como mais uma prova de submissão e distanciamento entre os representantes e o povo acreano, que enfrenta diariamente os efeitos da corrupção e da falta de transparência política.
O contraste e a vergonha acreana
A posição isolada de Neri também escancarou a contradição da bancada acreana, em que 90% dos representantes optaram pela autoproteção em detrimento da sociedade. A postura de seus colegas, segundo analistas, demonstra a permanência de uma lógica política de conchavos e autopreservação, em vez de compromisso real com a população.
Para muitos acreanos, o voto da maioria dos deputados se tornou um marco de vergonha, colocando o estado em destaque negativo no cenário nacional.
A postura da bancada acreana
Na bancada do Acre, o resultado foi amplamente favorável à proposta. Sete dos oito deputados federais do estado optaram por blindar a si próprios e seus colegas:
- Antônia Lúcia (Republicanos)
- Coronel Ulysses (União Brasil)
- Eduardo Velloso (União Brasil)
- Meire Serafim (União Brasil)
- Roberto Duarte (Republicanos)
- Zé Adriano (PP)
- Zezinho Barbary (PP)
O que está em jogo
Se confirmada no segundo turno, a PEC da Blindagem representará um duro golpe na luta contra a corrupção e no equilíbrio entre os poderes. A população, no entanto, tem mostrado que acompanha de perto as decisões de seus representantes. O apoio à deputada Socorro Neri é um sinal claro de que a sociedade não aceita mais a política da impunidade.

Política
Morador do ramal Copaíba faz o que a Prefeitura de Bujari não faz: produtor rural usa próprio trator para garantir acesso antes do inverno
Morador do ramal Copaíba faz o que a Prefeitura de Bujari não faz: produtor rural usa próprio trator para garantir acesso antes do inverno
Cansados de esperar pela gestão do prefeito Padeiro, moradores do município de Bujari já começam a tomar suas próprias providências para não ficarem isolados durante o inverno amazônico. Um exemplo claro da negligência da administração municipal vem do produtor rural Juliano, mais conhecido como Carrasco, que decidiu usar o próprio trator para recuperar trechos críticos de um bueiro, abandonado há pelo menos dois anos pela prefeitura.
Em um vídeo gravado no local, Juliano desabafou sobre a situação: “Hoje eu, Juliano, conhecido aqui como Carrasco, morador do ramal Copaíba, produtor, pecuarista, de tudo um pouco. Olha aí, ó. Serviço que era pra Prefeitura de Bujari tá fazendo, né? Nosso ramal. Limpando as bueiras, estamos no início do inverno e o trem tá tudo abandonado. Eu, que sou produtor rural, não ganho nada, não tenho nenhuma parceria com a prefeitura. Tenho pouco recurso, mas tô aqui resolvendo esse problema. Enquanto isso, a prefeitura, com tanto maquinário de terraplanagem, some. O ramal Copaíba tá com dois anos sem nenhum melhoramento”.
O produtor ainda ironizou o abandono da gestão municipal: “Não sou prefeito, não sou vereador, não sou nada. Sou apenas um pecuarista que gosta de andar em estrada boa. Mas o que nós não temos”.
A fala de Juliano expõe o descaso da administração do prefeito Padeiro, que, mesmo com maquinário e recursos públicos disponíveis, deixa a população rural entregue à própria sorte. O ramal Copaíba, fundamental para o escoamento da produção agrícola e para o transporte das famílias, corre o risco de ficar intrafegável nos próximos meses de chuva intensa.
Enquanto o inverno se aproxima, quem deveria agir para prevenir o isolamento das comunidades não aparece. O produtor rural, com recursos limitados, fez em um dia o que a Prefeitura de Bujari não faz há anos.
Esse caso é mais um retrato da realidade vivida por centenas de famílias que moram e produzem em ramais abandonados pelo poder público. Se não fosse pela iniciativa individual de moradores como Juliano, muitos trechos já estariam completamente intransitáveis.
Enquanto isso, a gestão municipal segue em silêncio, sem dar respostas nem mostrar ações concretas. A população de Bujari começa a se perguntar: de que adianta ter prefeito se são os próprios moradores que precisam fazer o papel da prefeitura?
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