Política
Morador do ramal Copaíba faz o que a Prefeitura de Bujari não faz: produtor rural usa próprio trator para garantir acesso antes do inverno
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Morador do ramal Copaíba faz o que a Prefeitura de Bujari não faz: produtor rural usa próprio trator para garantir acesso antes do inverno
Cansados de esperar pela gestão do prefeito Padeiro, moradores do município de Bujari já começam a tomar suas próprias providências para não ficarem isolados durante o inverno amazônico. Um exemplo claro da negligência da administração municipal vem do produtor rural Juliano, mais conhecido como Carrasco, que decidiu usar o próprio trator para recuperar trechos críticos de um bueiro, abandonado há pelo menos dois anos pela prefeitura.
Em um vídeo gravado no local, Juliano desabafou sobre a situação: “Hoje eu, Juliano, conhecido aqui como Carrasco, morador do ramal Copaíba, produtor, pecuarista, de tudo um pouco. Olha aí, ó. Serviço que era pra Prefeitura de Bujari tá fazendo, né? Nosso ramal. Limpando as bueiras, estamos no início do inverno e o trem tá tudo abandonado. Eu, que sou produtor rural, não ganho nada, não tenho nenhuma parceria com a prefeitura. Tenho pouco recurso, mas tô aqui resolvendo esse problema. Enquanto isso, a prefeitura, com tanto maquinário de terraplanagem, some. O ramal Copaíba tá com dois anos sem nenhum melhoramento”.
O produtor ainda ironizou o abandono da gestão municipal: “Não sou prefeito, não sou vereador, não sou nada. Sou apenas um pecuarista que gosta de andar em estrada boa. Mas o que nós não temos”.
A fala de Juliano expõe o descaso da administração do prefeito Padeiro, que, mesmo com maquinário e recursos públicos disponíveis, deixa a população rural entregue à própria sorte. O ramal Copaíba, fundamental para o escoamento da produção agrícola e para o transporte das famílias, corre o risco de ficar intrafegável nos próximos meses de chuva intensa.
Enquanto o inverno se aproxima, quem deveria agir para prevenir o isolamento das comunidades não aparece. O produtor rural, com recursos limitados, fez em um dia o que a Prefeitura de Bujari não faz há anos.
Esse caso é mais um retrato da realidade vivida por centenas de famílias que moram e produzem em ramais abandonados pelo poder público. Se não fosse pela iniciativa individual de moradores como Juliano, muitos trechos já estariam completamente intransitáveis.
Enquanto isso, a gestão municipal segue em silêncio, sem dar respostas nem mostrar ações concretas. A população de Bujari começa a se perguntar: de que adianta ter prefeito se são os próprios moradores que precisam fazer o papel da prefeitura?

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Disputa pelo Governo do Acre em 2026: Bocalom evita apoiar Mailza e insinua que pode ser candidato, apesar da recomendação de Gladson
A corrida pelo Governo do Acre em 2026 começa a ganhar contornos cada vez mais tensos dentro da própria base governista. O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), voltou a deixar claro que não tem muito entusiasmo em apoiar o nome da vice-governadora Mailza Assis (PP), considerada uma das favoritas para receber o aval do governador Gladson Cameli (PP).
Durante entrevista ao programa Café com Notícias, nesta sexta-feira (19), o prefeito foi pressionado pelo jornalista Washington Aquino a falar sobre seu posicionamento diante da pré-candidatura de Mailza. Sem rodeios, respondeu que não descarta entrar diretamente na disputa:
“Olhe bem, nós já disputamos o governo três vezes e perdemos para o PT em 2010 por uma pequena diferença no Juruá. Agora é diferente. Eu estive em Cruzeiro do Sul e as pessoas falam: ‘poxa, Bocalom, poderíamos ter nos esforçado mais para você ser governador’. Esse sentimento do Juruá é pelo nosso trabalho. Por enquanto quero cuidar das obras e falar em eleição no ano que vem. Foi como o governador Gladson Cameli me disse: ‘corra o estado e ano que vem a gente avalia’.”
A declaração expõe fissuras internas: enquanto Mailza Assis trabalha para consolidar-se como candidata oficial do grupo de Gladson, Bocalom sinaliza que não abre mão de construir seu próprio projeto.
O governador Gladson, ao que parece, tenta manter os aliados em movimento, mas sem definições. Ao orientar Bocalom a “andar pelo Acre” antes de decidir, Cameli deixa em aberto a estratégia: apoiar a sua vice que é de sua extrema confiança, segurar o prefeito na capital ou até permitir uma disputa interna que enfraqueça a oposição.
Nos bastidores, porém, cresce a avaliação de que Gladson não tem interesse real em fortalecer Bocalom como sucessor. O prefeito de Rio Branco enfrenta críticas de setores do próprio PL e ainda não conseguiu projetar sua gestão como trunfo estadual, apesar das obras que insiste em destacar.
Interlocutores próximos confirmam que Bocalom tem dito a aliados que é “o único nome da direita com condições de derrotar Alan Rick (UB)”, provável candidato do campo opositor ao governo. Essa avaliação faz parte de sua tentativa de minar Mailza dentro da base, construindo a narrativa de que apenas ele teria competitividade real.
Enquanto isso, a se movimenta no estado, angariando apoios e fortalecendo seu discurso de continuidade da gestão Gladson, apostando em uma imagem mais moderada e conciliadora.
O impasse expõe a fragilidade da direita no Acre. Sem liderança unificada, o grupo arrisca dividir forças em 2026. A insistência de Bocalom em não se alinhar automaticamente à pré-candidatura de Mailza mostra que o PL não pretende se colocar como coadjuvante na disputa.
O problema, porém, é que as últimas eleições mostraram que a fragmentação só favorece a oposição. Se Alan Rick consolidar sua pré-candidatura, uma divisão entre Mailza e Bocalom pode ser o cenário perfeito para reavivar antigos adversários e comprometer a hegemonia construída por Gladson nos últimos anos.
As declarações de Tião Bocalom revelam não apenas sua ambição pessoal, mas também a dificuldade do governador Gladson Cameli em arbitrar a sucessão dentro da própria base. Ao não confirmar apoio a Mailza, o prefeito lança dúvidas sobre a unidade da direita e abre espaço para uma disputa interna que pode redefinir a política acreana.
O que hoje é tratado como “andança pelo estado” pode, em 2026, transformar-se em uma batalha aberta entre aliados.
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