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TUDO SOBRE POLÍTICA II

Quando é que Gladson vai se pronunciar sobre a violência?? O que representam as fugas de presos ligados ao PCC no Paraguai e no Acre

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Mas o que simbolizam essas fugas para a maior facção criminosa do Brasil? – Imagem: AFP

Felipe Souza Da BBC – Primeiro, 76 homens fugiram de um presídio em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, por um túnel. Depois, outros 25 escaparam da Penitenciária Doutor Francisco D’Oliveira Conde, no Acre.

No Paraguai, o diretor do presídio e 30 agentes penitenciários foram presos e serão investigados sob a suspeita de colaborarem com a fuga. 

O desembargador aposentado Wálter Maierovitch, fundador do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone de Ciências Criminais, acredita que as fugas podem ter sido coordenadas e que são uma demonstração de força da facção fundada em 1993.

“Talvez essas ações em outros países sejam sinais de força e de que o PCC quer uma tratativa com o governo. Talvez para forçar a volta dos líderes (transferidos para presídios federais) para São Paulo. Ou menos policiamento em certas áreas”, afirmou.

Por outro lado, ele diz que será um “grave erro” se o governo aceitar ou der publicidade a casos como esses.

“Seria um erro negociar. Não se faz tratativas com o crime organizado. Quando houve tratativas entre o Estado e a máfia na Itália não deu certo. O crime se sentiu mais forte e declarou guerra”, afirmou.

Já Bruno Paes Manso, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP e um dos autores do livro A Guerra: a ascensão do PCC e o mundo do crime no Brasil (Ed. Todavia), vê as fugas como algo natural e que ainda não é possível dizer se foram coordenadas.

“Nesses 25 anos de PCC e quase 40 anos da facção Comando Vermelho o objetivo de quem está preso é fugir. As fugas são muito valorizadas e algumas vezes custam caro, por conta da engenharia e até pagamento de propina para funcionários”, afirmou.

O pesquisador da USP conta que a novidade nesta fuga do Paraguai é haver pela primeira vez um resultado claro da presença do PCC no sistema penitenciário do país. Ele explica que a facção paulista tem uma leitura de segurança pública de guerra contra o sistema e de crescer nas brechas do sistema, com uma atuação considerada violenta.

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“Já o Paraguai”, aponta Manso, “tem relação mais orgânica com o crime, como a venda de cigarros para contrabando ou até mesmo de maconha”. Isso ocorre, explica ele, porque essa economia informal de venda, incluindo armas e outros produtos, gera muitos empregos e faz com que os chefes dessas estruturas sejam bem reconhecidos.

“Agora, o PCC chega com uma postura de guerra ao sistema. E eles tentando aprender lidar com isso. É um grupo forjado na segurança, na guerra antissistema tentando dominar o crime de um país onde o sistema era em conjunto com política e mercado”, afirmou o pesquisador da USP.

Facção em expansão

De acordo com o jurista Maierovitch, o PCC atua hoje 22 Estados brasileiros e possui cerca de 30 mil membros. Só em São Paulo, são 8 mil. Para ele, isso demonstra uma “expansão impressionante” e um indicativo de que o grupo pode se tornar uma organização tão poderosa a ponto de ser considerada uma máfia.

Na avaliação dele, após a onda de ataques que promoveu em 2006, o PCC ganhou mais força e “se tornou uma organização pré-mafiosa”. “Hoje, tem controle de território, social e difunde o medo, além de poder ter influência eleitoral, assim como teve a Marcha da Sicília em favor do partido da Democracia Cristã na Itália”, afirmou.

Para ele, apesar de uma transnacionalidade das atividades do PCC, como Paraguai, Bolívia e alianças com colombianos, ainda falta uma atuação maior em outros países para que o grupo seja considerado, de fato, uma máfia. Mas, acrescenta, o PCC “caminha a passos largos” para se tornar uma organização mafiosa e talvez não tenha atingido esse nível porque não tem o “intelecto necessário”.

“Hoje, a máfia mais forte é a ‘Ndrangheta calabresa, que foi descoberta operando na bolsa de Frankfurt. O que o PCC tem hoje nessa dimensão? O que deve ser feito para evitar chegar nesse ponto é atacar a economia do crime organizado. Precisa de mais policiais infiltrados para saber onde o PCC lava dinheiro para sufocá-lo”, afirmou.

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Já Bruno Paes Manso não acredita que isso deva acontecer com o PCC. Um dos entraves, no ponto de vista dele, é a dificuldade do grupo fazer alianças nos cargos políticos e instituições de maior representatividade pública.

O pesquisador da USP afirma que a situação é diferente, no entanto, em relação às milícias. Isso porque esses grupos, segundo ele, têm capacidade de influenciar moradores e fazerem o discurso de propiciar mais segurança, além de uma maior capacidade de influenciar na política.

“A máfia iria mais para o lado das milícias. Acho que esse seria o caminho mais brasileiro porque o PCC é mais uma federação que regulamenta a compra e venda de drogas. Já as milícias têm o discurso de combate ao crime, mas também ganham dinheiro com ele. Elas possuem uma proposta de Estado em permanente combate ao crime, mas que lucra muito com ele”, afirmou.

Os dois especialistas concordam, no entanto, que a saída é sufocar as finanças e diminuir as margens de lucro para que as facções tenham menos poder.

“O PCC tem investido em vendas para fora do país. Ele tem acesso a exportação via porto de Santos e consolidou receitas no Paraguai, além de ter expandido para outros lugares”, disse Bruno Paes Manso.

Para Maierovitch, é necessário entender a dimensão financeira do PCC, não negociar de forma alguma e evitar confrontos políticos ou divulgações. Ele cita especialmente a fala do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que, em uma publicação no Twitter disse que se os fugitivos do PCC “voltarem ao Brasil, ganham passagem só de ida para presídio federal.”

“Não se responde ao crime. O que se viu de musculatura do PCC hoje é algo de um gigante. Esse tipo de bravata de facção não se responde, mas se age. Podem ser pessoas inexpressivas fugindo. Essa atitude é um populismo equivocado apenas para mostrar para a população e jogar para torcida”, afirmou o desembargador aposentado.

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Prefeito Zequinha Lima garante cuidados em saúde e atendimento às pessoas em situação de rua

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Mais duas pessoas com dependência química foram levadas para Casas Terapêuticas – Foto: Assessoria

(Assessoria) – A Prefeitura de Cruzeiro do Sul em parceria com a Central Integrada de Alternativas Penais -CIAP, Secretaria Municipal de Saúde, e demais instituições públicas e privadas realizou nesta quarta-feira, 24, uma ação voltada para o acolhimento social e atendimentos de saúde para pessoas em situação de rua. A ação foi realizada no Centro Educativo Adilis Nogueira Maciel – Ceanom com atendimento médico e odontológico, testagem rápida de infecções sexualmente transmissíveis -IST, atualização de vacinas, doação de roupas, alimentação, entre outros. Das 24 pessoas atendidas na ação, duas foram encaminhadas pelo prefeito Zequinha Lima para tratar a dependencia química em Casas Terapêuticas.

Bruno Silva, 27 anos, que vive nas ruas há 8 anos, diz que a ação lhe dá esperança de dias melhores. Agradeceu ao Prefeito Zequinha Lima pelo olhar diferenciado para as pessoas em situação de rua. Na ação ele teve o cabelo cortado, fez limpeza nos dentes e ganhei roupas. Vai ser levado para a prefeitura de Cruzeiro do Sul para uma Casa Terapêutica para se livrar da dependência química.

“Comecei a morar nas ruas por decisão própria, essa é uma situação difícil, mas acredito que não é impossível conseguir sair e só depende de nós mesmos querer sair e tenho muita vontade de parar. Hoje já fiz as unhas, cortei o cabelo, fui no dentista, fiz limpeza de dente e também ganhei roupas. Agora me sinto valorizado, porque todo usuário se sente desvalorizado porque se afasta das pessoas. Com essa ação dá pra ver que ainda existe pessoas de bom coração e que tem fé e esperança em nós. Eu quero entrar no centro de recuperação e a Prefeitura de Cruzeiro do Sul está me cedendo isso, porque quero uma vida melhor, então só tenho a agradecer ao prefeito Zequinha”, agradeceu.

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A coordenadora da Central Integrada de Alternativas Penais, Nayana Neves, destacou a importância da união entre as entidades sociais para garantir atendimento humanizado às pessoas em situação de rua da cidade. “Essa é uma ação social voltada para todas as pessoas em situação de rua e conseguimos mobilizar toda a máquina do munícipio para conseguir realizar essa manhã de ações para eles. Temos como parceiro a equipe do Senac com corte de cabelo, fazendo barba, sobrancelhas, a saúde com atendimento médico, testes rápidos, vacinação e odontológicos, assistência social que foi fazer a abordagem. O prefeito Zequinha está nos dando todo apoio inclusive com a logística, como apoio também tivemos a penitenciária Manoel Nery da Silva com insumos e lanches e toda a nossa equipe, com atividades pedagógicas, além coral do Seanom”, destacou.

O prefeito Zequinha Lima ressaltou que ações como essa ajudam na diminuição do número de pessoas em situação de rua e agradeceu a parceria de todas as instituições envolvidas na ação. “Aqui é um trabalho que envolve várias instituições com de acolhimento e inclusão social dos moradores de rua. É um momento de cidadania, porque no momento que eles chegam aqui encontram esses serviços que estão disponíveis, ganhamos a confiança dessas pessoas. Hoje vieram para cá 24 pessoas e duas já aceitaram ir para a clínica e uma ainda estamos conversando, então o resultado de ações como essas é positivo, para conseguirmos convencer essas pessoas a saírem das ruas, para eles entenderem a importância do tratamento e possam voltar para suas famílias. Temos 98 pessoas cadastradas e já conseguimos tirar 43 pessoas cadastradas, esse é um movimento aparentemente lento, mas necessário e se não fosse essa ação que realizamos, essas pessoas ainda estariam nas ruas”, ressaltou.

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