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Quase R$ 40 milhões, Bocalom? Após denúncia do vereador André Kamai, Ministério Público apura suspeita de manobra em licitação milionária no Saerb
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Contrato de R$ 38,8 milhões levanta suspeitas de favorecimento e direcionamento em licitação da água – Foto: Paulo Murilo/ Jardy Lopes
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) instaurou uma investigação para apurar possíveis irregularidades em uma licitação milionária realizada pelo Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb). A apuração teve início após denúncia feita no mês de março último pelo vereador André Kamai, que questionou a transparência do processo e o possível favorecimento a empresas com ligações societárias.
O caso gira em torno do Pregão Eletrônico SRP nº 102/2024, que teve como objeto a contratação de uma empresa para fornecimento de Policloreto de Alumínio (PAC), produto essencial para o tratamento de água no município. O valor do contrato é de R$ 38.879.450,00, com vigência inicial de cinco anos, podendo ser prorrogado por mais cinco.
Segundo a denúncia, a empresa inicialmente vencedora — a Bauminas Química N/NE Ltda. — foi desclassificada após um parecer técnico externo, solicitado à Universidade Federal do Acre (UFAC), contrariando o laudo emitido por um engenheiro do próprio Saerb. Essa desclassificação favoreceu a empresa Alquimia Produtos Químicos, segunda colocada no certame.
O Ministério Público está especialmente atento a uma série de questionamentos levantados no processo. Busca entender por que o parecer técnico interno do Saerb foi ignorado em favor do laudo externo da UFAC, se o professor responsável por esse parecer possuía habilitação válida no Conselho Regional de Química (CRQ) e se houve pagamento de honorários pela emissão desse documento. Também há dúvidas quanto à aceitação de laudos da NSF Brasil para uma empresa concorrente, mas não para outra, o que pode indicar tratamento desigual e falta de imparcialidade.
Além disso, o MP apura um segundo processo que envolve uma contratação emergencial realizada com a empresa Síntese Logística Indústria e Comex Ltda., que teria ligações societárias com a Alquimia, levantando suspeitas de favorecimento cruzado. A promotora de Justiça responsável pelo caso, Laura Cristina de Almeida Miranda, determinou que sejam solicitados esclarecimentos e documentos ao Saerb, à Secretaria Municipal de Gestão Administrativa (SMGA) e à UFAC, para analisar a regularidade das decisões e atos praticados. Também será verificada a situação do professor da UFAC junto ao CRQ para garantir que o parecer técnico tenha sido emitido dentro das normas vigentes.
Na tribuna da Câmara Municipal, o vereador André Kamai não escondeu sua preocupação com o que chamou de um processo “estranho, no mínimo”. Ele reforçou que a empresa que perdeu a licitação foi desclassificada com base em parecer externo, enquanto uma empresa ligada à vencedora já atuava na entrega emergencial dos insumos, e que o contrato milionário não pode passar despercebido. Kamai ainda criticou outras licitações da Prefeitura de Rio Branco, como a do transporte coletivo e o programa Aedes do Bem, que, segundo ele, revelam um padrão de falta de transparência e irregularidades.
O vereador finalizou seu posicionamento pedindo agilidade e rigor na investigação, ressaltando que o dinheiro público precisa ser tratado com responsabilidade e que os cidadãos merecem respeito e respostas claras. A investigação do Ministério Público busca justamente garantir a lisura dos processos e a correta aplicação dos recursos da Prefeitura, preservando o interesse coletivo e combatendo eventuais práticas ilegais.
Clique no link e veja a documentação abaixo:
Despacho do Ministério Público, investigação
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Deputado Roberto Duarte acusa Calixto de perseguição e afirma que tentativa de desgastar Alan Rick é manobra política
Veja o vídeo:
O deputado federal Roberto Duarte criticou duramente as recentes declarações do secretário estadual Luiz Calixto envolvendo o senador Alan Rick. Para Duarte, as falas do secretário “dizem mais sobre quem as faz do que sobre quem as recebe”, classificando o episódio como um ataque político sem fundamento e marcado por “desespero e falta de argumentos”.
O deputado afirma que Calixto ignorou o contexto humano do fato por conveniência. Para Duarte, reavivar o episódio anos depois demonstra “incapacidade de apresentar realizações” e faz parte de uma estratégia destinada a criar conflitos. Ele também cita que o secretário é figura envolvida em episódios públicos de descontrole e acusa Calixto de contribuir para um ambiente político de “ódio e perseguição” no Acre.
Roberto Duarte ainda criticou a seletividade moral do secretário ao atacar o senador, enquanto, segundo ele, ignora processos que envolvem o governo do qual faz parte, como a Operação Ptolomeu. O parlamentar afirma que há um padrão de intimidação e perseguição política dentro da gestão, citando exonerações recentes de servidores ligados a aliados do senador. “Quando falta obra, busca-se inimigo. É o mecanismo do ressentido”, disse.
Para Duarte, o Acre precisa de líderes comprometidos com responsabilidade e maturidade, e não de “teatralidade e escândalos fabricados”. Ele reforça que o senador Alan Rick segue trabalhando “com seriedade, coerência e respeito”, o que, em sua visão, incomoda adversários.
Ao final, o deputado deixou um recado direto ao secretário Calixto: “Antes de julgar a integridade dos outros, olhe para o próprio espelho. Ele costuma ser o mais duro e o mais necessário dos juízes”.

Duarte diz que Calixto usa ataques para ocultar fragilidades do governo – Foto: Reprodução/ Sérgio Vale
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