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Sem ponte, moradores e animais se arriscam para atravessar rio com água até o pescoço na zona rural de Porto Acre
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Produtores rurais arriscam atravessar animais a nado para levar para venda na zona urbana — Foto: Rede Amazônica Acre
Os moradores do Projeto Tocantis e Ramal Paulista, na zona rural de Porto Acre, interior do Acre, seguem isolados há quase um mês. A única ponte de acesso da comunidade está inundada pelas águas do Riozinho Andirá, que transbordou novamente, e a travessia é feita com uma pequena balsa improvisada. Informações do G1 Acre
Ao todo, no Projeto Tocantins e o Ramal Paulista há mais de 800 famílias que precisam de acesso para a zona urbana da cidade diariamente. A comunidade usava uma ponte de estrutura maior, mas os moradores queimaram o local no início das eleições de 2020. A população queria melhorias na estrutura por parte do poder público.
Nesta terça-feira (26), o Jornal do Acre 1ª Edição mostrou imagens de como a população faz para atravessar o afluente. Uma pequena balsa ajuda os moradores, mas os animais têm que ir nadando até a outra margem. No vídeo, é possível ver um cavalo aparece preso à balsa enquanto atravessa e fica apenas com parte do focinho de fora.
O produtor rural Adilson Santana é um dos moradores que se arrisca a fazer a travessia de animais. Há algumas semanas, Santana atravessou uma boiada a nado, mas, na metade do trajeto, os animais se assustaram e seis deles morreram.
“Faltaram algumas canoas para bater o gado na lateral, se tivesse tinha dado certo. A água começou a puxar para baixo. A boiada cruzou, mas chegou no barranco não tinha canoa para rebater e eles começaram a se apavorar e foram descendo. Graças a Deus, conseguimos tirar, foram para o seco e morreram seis só”, lamentou.
Já outros 11 animais se perderam dentro da mata. Santana afirmou que ainda não sabe se vai conseguir recuperar os bois. “É segurar e ficar aguentando até o verão chegar de novo, tendo boi para tirar e a gente não pode fazer nada. Bezerro cai na água e o cara tem que agarrar para não ir água abaixo, é tudo liso e melado. É arriscado cair e morrer gente”, criticou.
À Rede Amazônica Acre, o prefeito de Porto Acre, Bené Damasceno, alegou que a prefeitura alugou um barco, mas outras medidas para melhorar a situação só podem ser tomadas quando as águas do Riozinho Andirá baixarem. Damasceno afirmou ainda que teve uma reunião com equipes do governo para conseguir recursos, mas nesse período de chuva fica inviável qualquer tipo de obra no local.
Durante travessia, parte da boiada se assustou e acabou morrendo afogada no Riozinho Andirá — Foto: Rede Amazônica Acre
Ponte queimada
Existia uma ponte maior na comunidade, mas os moradores queimaram a estrutura em busca de manutenção e melhorias. Porém, após o incêndio, a comunidade ficou apenas com a ponte menor, que acabou sendo inundada pela enchente do rio.
Há mais de 15 dias os moradores não tinham a balsa para escoar a produção e os animais. O também produtor rural Laézio Ferreira de Almeida disse que precisa vender os animais para pagar as contas e acaba se arriscando no rio.
“Tem que pagar, as contas vencem. A gente vai arriscando, se Deus abençoar que dá certo. Estava tudo isolado”, finalizou.
Em busca de melhorias, comunidade ateou fogo em ponte sobre o Riozinho do Andirá — Foto: Reprodução
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1º ciclo unificado de auditorias na pecuária da Amazônia: divulgados os resumos públicos por empresas
Foto ilustrativa por rawpixel.com, em domínio público, via nappy.co
(MPF) – O Ministério Público Federal divulgou os resumos públicos de resultados de cada empresa participante do primeiro ciclo unificado de auditorias na cadeia econômica da pecuária na Amazônia Legal.
Os resumos apresentam dados mais detalhados do que os divulgados no evento realizado em outubro de 2023 para anunciar os resultados. O ciclo marcou a primeira vez em que auditorias nessa cadeia econômica foram realizadas a partir de critérios idênticos para toda a Amazônia.
Foram divulgados resumos referentes a empresas que passaram por auditorias contratadas e, também, os resumos de resultados relativos a empresas que foram submetidas às chamadas auditorias automáticas. Confira aqui os resumos.
Dois tipos de auditorias – As auditorias contratadas são feitas por empresas independentes, cujas contratações estão previstas em acordos que vêm sendo assinados desde 2009 entre MPF, setores produtivo e empresarial e órgãos de fiscalização.
Já as auditagens automáticas são realizadas a partir de dados de Guias de Trânsito Animal (GTAs) e de Cadastros Ambientais Rurais (CARs) dos fornecedores de empresas que não assinaram acordos com o MPF ou não contrataram auditorias próprias para avaliar suas compras.
As checagens verificam se há controle da origem da matéria-prima, para que a legislação seja respeitada. O cumprimento da legislação evita, por exemplo, que sejam comercializados animais com origem em áreas com desmatamento ilegal, trabalho escravo, invasões a unidades de conservação e a terras indígenas.
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