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Retomada Do Antigo Horário Do Acre
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Populares e empresários afirmam que se a consulta pública fosse realizada novamente hoje, o resultado seria diferente do que ocorreu em 2010
Val Sales
Passados quase quatro anos do Referendo que determinou a retomada do antigo horário do Acre, a maioria da população e classe empresarial do Estado afirma que a efetivação da mudança gerará prejuízos incalculáveis no momento atual. Grande parte dos cidadãos que votou a favor do retorno do fuso horário na época agora torce para que a mudança não ocorra. Populares, comerciantes, estudantes e funcionários públicos dizem que acostumaram com o horário em vigor e apontam os vários benefícios que ele proporciona.
O gerente comercial, Gilmar de Sá, detalha: “Votei no Referendo pela continuação desse fuso em que estamos hoje e votaria de novo, se fosse novamente consultado. Entre os benefícios eu posso citar o fato de acordar mais cedo e poder desenvolver mais atividades durante o dia. Vou mais cedo para casa e aproveito o tempo para estudar ou desenvolver outras atividades. O horário atual facilita inclusive nas transações comerciais com os grandes centros. Se voltarmos o antigo horário vamos ficar mais uma vez atrasados em relação a outros Estados”.
“Na época do Referendo eu votei pela continuidade desse horário que estamos vivendo hoje e continuo com a mesma opinião. Acredito que mesmo quem votou pela volta do fuso antigo já acostumou com esse atual e prefere a continuidade dele. A gente acorda mais cedo, mas tem praticamente toda a tarde livre, com dia claro, para trabalhar em outras coisas. Gostaria que a classe política que está julgando a proposta de lei levasse isso em conta”, explana o funcionário público,Cesar Augusto Fernandes de Lima.
O auxiliar fiscal, Rhotterdan de Oliveira Lima, revela: “Votei pela volta do antigo horário e hoje me arrependo. Faria diferente se houvesse uma chance. Confesso que aprovei antes porque a mudança era recente e eu não tinha visto os benefícios que ela trazia. Acho que ‘peguei corda’ devido à pressão da época. Muitos amigos que votaram também preferem a permanência desse fuso atual. Sinceramente, não gostaria que voltasse o antigo e se fosse novamente consultado votaria diferente”.
“Prefiro muito mais esse horário atual que o antigo. Eu durmo cedo e acordo às 3hs da manhã, mas, em compensação, vejo as pessoas saírem mais cedo do trabalho e aproveitarem o tempo livre para se divertir com os filhos, passear, caminhar, praticar esportes e tratar de afazeres domésticos. Espero que os representantes políticos levem em consideração o fato de a população já ter se acostumado com o fuso e votem pela permanência dele”, esclarece a comerciante Corcina de Freitas Gomes.
A também comerciante, Maria Zeneide Bezerra, explana: “Votei no Referendo pela continuidade desse horário e continuo com a mesma opinião. Se antes, no começo da mudança, eu tinha esse posicionamento hoje eu tenho certeza que é nesse o horário que eu quero viver. O dia rende mais Além disso, o antigo horário nos deixa em atraso com outros Estados. Acho, sinceramente, que a pressão que vem sendo feita agora é mais política do que voltada para o interesse do povo”.
“Duas horas de diferença inviabiliza o Acre”, diz Adem Araújo
A classe empresarial continua achando que o retorno do antigo horário do Acre seria um absurdo, e que a diferença de duas horas em relação à Brasília – três, no horário de verão – inviabilizaria o Estado. O empresário e vice – presidente da Associação Comercial do Acre (Acisa), Adem Araújo, considera um absurdo voltar a ter o fuso com duas horas em relação à Brasília. “O Acre vive em função dos grandes centros. Todos os negócios feitos aqui no setor empresarial são efetivados em São Paulo e Estados das regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste. Essas negociações ainda são feitas pelo telefone e pela internet, mas, a tecnologia não ajuda se o relógio estiver atrasado”, detalha.
Adem Araújo garante que a maioria dos empresários concorda com a permanência do horário atual. Ele próprio acredita que algumas pessoas defendem a volta do anterior por ter se agarrado a paradigmas e costumes que tinham. “Acho que para o bem do desenvolvimento e do Estado a gente tem que quebrar esses paradigmas pensando no bem comum”, declara, ao ressaltar que não seria pelo hábito de acordar às 6 horas e está o dia claro, que obrigatoriamente teria que retroceder no fuso horário.
Sinto-me na liberdade de falar isso porque vivo a economia, sinto como funcionam as coisas e é obvio que para o setor empresarial a permanência desse horário tem vantagens sim”, assevera.
Economia de uma hora de energia elétrica
O vice-presidente da Associação Comercial, Adem Araújo lembra que a economia de energia elétrica é mais um motivo de a representação acreana no Congresso Nacional defender a permanência do horário atual. “Trata-se de um bem caro e utilizado por 100% dos cidadãos e deve-se levar em conta o que se economiza hoje nesse setor”, explica.
O empresário acentua: “Iniciamos o trabalho às 7 horas com o dia claro e fechamos às 21 horas – uma hora antes. Isto significa que economizamos uma hora de energia. Tudo isso deve ser levado em conta”, orienta.
A opinião de Adem Araújo é compartilhada pelo presidente da Federação do Comércio do Acre, Leandro Domingos. Para Leandro, o setor comercial do Acre já estava adaptado ao horário vigente. “Voltar ao horário antigo é um retrocesso danoso às relações comerciais entre as empresas do Acre e do resto do Brasil, que voltarão a conviver com duas horas de diferença, e, no horário de verão, com três horas. Com certeza, esta mudança não atende aos anseios do setor produtivo do Estado”.
Para entender o Referendo
O Referendo do Acre em 2010 consistiu em responder se concordava com o novo fuso horário do Estado implantado em 2008, já que esse teria menos uma hora em relação ao horário de Brasília. O Referendo acreano foi votado no mesmo dia da votação em 2º turno para a Presidência da República. A maioria da população decidiu optar pelo retorno do antigo horário, que era de menos duas horas em relação ao horário de Brasília.

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Projeto Rhuamm, que cria rede de proteção de crianças e adolescentes, é lançado pela Defensoria Pública
Depois de quase um ano de elaboração, articulações e formação de parcerias, o Projeto Rhuamm – Rede Humanizada de Apoio a Meninas e Meninos, coordenado pelo Núcleo da Cidadania da Defensoria Pública, foi lançado na manhã desta terça-feira, 24, reunindo representantes das instituições que atuarão em conjunto para ampliar as ações preventivas de forma a evitar o abuso e a violência praticada contra crianças e adolescentes em Rio Branco, cidade que abrigará o projeto-piloto.
O nome e a motivação para a criação do projeto vieram do caso envolvendo o menino Rhuan, morto de forma violenta em 2019 pela mãe e a namorada dela, em Brasília. A Defensoria Pública do Acre, por meio do defensor Celso Araújo Rodrigues, que hoje coordena o Núcleo de Cidadania, responsável pelo projeto, se mobilizou para trazer ao Acre o corpo da criança e apoiar a família paterna.
“A Defensoria Pública, diante de uma das suas prerrogativas, que é proteger a criança e o adolescente, criou, desenvolveu e está executando este projeto. A intenção é acolher e tratar crianças vítimas de violência. Os casos serão encaminhados ao núcleo do Projeto, principalmente pelas escolas”, explica o defensor Celso Araújo.
A defensora-geral, Simone Santiago, lembra que o projeto “nasceu naquele fim de semana trágico”. “Primeiro nasceu no coração do Dr. Celso e ele veio conversar comigo e com a Dra. Roberta e nós o abraçamos. Sabíamos que sozinhos, com nosso instrumento, não poderíamos fazer com que esse projeto alcançasse seu objetivo. Minhas palavras são de agradecimento. Sabemos que estamos no caminho certo e avisamos a sociedade de que estamos atentos, que existem vários atores que estão olhando para as crianças. Este é o nosso recado. Estamos todos abraçados por uma causa, das mais justas, que é a proteção de crianças e adolescentes”, ressaltou a defensora-geral.
O Rhuamm visa estabelecer parceria com o sistema de garantia de direitos e irá capacitar profissionais envolvidos no projeto e nas escolas de ensino infantil e fundamental de Rio Branco, oferecendo também orientação aos gestores escolares e aos pais das crianças de 0 a 11 anos, público-alvo do projeto, entre outras atribuições.
Família de Rhuan participa de solenidade
Parte da família paterna de Rhuan, avós, tias e primo, compareceu ao lançamento do projeto. “Esse projeto é muito importante para as crianças. Vou morrer e ele vai ficar aí pra dar orgulho pra minha família. Espero que as escolas, as diretoras procurem conversar com as crianças, quando verem uma criança triste pra saber o que está acontecendo. Que todas as escolas façam parte desse projeto, porque é muito bom e vai dar resultado”, disse Francisco das Chagas, avô de Rhuan.
A secretária adjunta dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Fernanda Ramos Monteiro, que participou do evento de forma virtual, apresentou projetos e ações da política nacional de prevenção à violência contra crianças e adolescentes.
A secretária adjunta divulgou dados que apontam a redução de 41% do número de mortes por agressão a crianças e adolescentes no Brasil em comparação à média registrada entre 2012 e 2018.
São parceiros do Projeto Rhuamm o Tribunal de Justiça do Acre, Ministério Público, Defensoria Pública da União, Ministério Público do Trabalho, Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, Sebrae, Polícia Militar, Centro Universitário
Uninorte e Prefeitura de Rio Branco, por meio do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, SASDH, Seme, Centro Especializado de Referência em Assistência Social, Semsa, Centro Pop e Conselho Tutelar.
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