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Cultura

Os saberes da floresta que atraem pesquisadores de todo o país

A Terra Indígena Nova Oliva, localizada às margens do Rio Envira, em Feijó, é composta por cinco aldeias, onde vivem cerca de 500 índios da etnia Kaxinawá (Huni Kuin).

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A Terra Indígena Nova Oliva, localizada às margens do Rio Envira, em Feijó, é composta por cinco aldeias, onde vivem cerca de 500 índios da etnia Kaxinawá (Huni Kuin).

 Por Leônidas Badaró 

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Ana Maria Soares coordena uma farmácia viva no interior de São Paulo e foi à Terra Indígena conhecer as plantas medicinais mais usadas pela comunidade (Foto: Leônidas Badaró)

Um dos orgulhos dos moradores das aldeias é o esforço que faz a comunidade para manter as tradições, ritos, crenças e saberes que são passados de pai para filho e fazem parte do arcabouço cultural do povo indígena Kaxinawá.

Um dos saberes importantes para a saúde das aldeias é o conhecimento tradicional das ervas medicinais, já que a farmácia do índio é a própria floresta. É lá que são colhidos pelos pajés as folhas, frutos e raízes que são usados para curar as doenças que acometem os índios.

E esse saber tradicional tem despertado a atenção de pesquisadores de várias partes do país.

Um dos trabalhos desenvolvidos na comunidade resulta de uma parceria envolvendo entidades como a Universidade Federal do Acre (Ufac), o governo do Estado, a Embrapa, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e universidades de outros estados, com o objetivo de pesquisar as propriedades de ervas medicinais encontradas na região.

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O projeto de pesquisa é coordenado pelo professor da Ufac Frederico Costa, que conta como esses estudos, que se beneficiam do saber tradicional de pajés e parteiras das aldeias, retornam para a comunidade. “Na verdade o foco principal do projeto é a comunidade. A gente entende que todo esse conhecimento científico provém do saber tradicional. O levantamento de espécies anti-inflamatórias, por exemplo, vai se transformar em uma cartilha bilíngue (português-língua Kaxinawá).

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Trabalho de coleta das ervas medicinais, repassado de pai para filho, é desenvolvido pelos pajés e parteiras da comunidade (Foto: Leônidas Badaró)

Outro retorno que pode ser benéfico para a comunidade é a instalação de uma farmácia viva na Terra Indígena. O programa, criado pelo governo federal, tem como finalidade distribuir à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), medicamentos fitoterápicos.

Ana Maria Soares, coordenadora de uma farmácia viva em Ribeirão Preto (SP), visitou a Terra Indígena, e com ajuda dos pajés da região colheu amostras das espécies mais utilizadas nas aldeias. “A farmácia viva é uma unidade de produção de plantas medicinais na qual se planta, colhe, seca e produz o medicamento.”

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A pesquisadora conta como foi a experiência de conhecer a aldeia. “Esses dias aqui têm sido uma experiência sensacional. O saber tradicional é imbatível. A ciência não anda sem ele. Nós, que estamos na academia, precisamos ir até essa fonte extraordinária de sabedoria, para que sejam desenvolvidos no futuro novos medicamentos. Esse ambiente aqui é que guarda esse patrimônio genético fantástico.”

Manoel Kaxinawá, há 40 anos, é um dos pajés responsáveis pela saúde da população das aldeias. “Aprendi com os mais idosos aqui da aldeia. Acompanhava a coleta das ervas no mato e aprendi a conhecer cada planta e sua serventia. As plantas são muito importantes para curar as doenças do nosso povo. Fico feliz que o nosso saber esteja atraindo esses pesquisadores para nossas aldeias”, afirma.

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Manoel Kaxinawá é pajé na Aldeia Nova Olinda e responsável pela saúde da população indígena (Foto: Leônidas Badaró)

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Centro de Convivência do Idoso em Cruzeiro do Sul reinicia atividades para as pessoas da terceira idade

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(Assessoria) – O Centro de Convivência do Idoso reiniciou nesta sexta, 5, com um baile de boas-vindas, as suas atividades para as pessoas da terceira idade que frequentam o espaço. A partir de segunda-feira,8, pela manhã e tarde haverá trabalhos corporais, hidroginástica, artesanato,terapia ocupacional,passeios, palestras. As rodas de conversa, grupos de convivência no Espaço Café com Prosa,com jogos de baralho, dominó, dama e xadrez, também são retomados.

O Centro de Convivência do Idoso funciona de segunda a quinta-feira, nos horários das 7:30 às 11:30h e das 14:00 às 17:00h, oferecendo café da manhã e lanche da tarde. Às sextas-feiras, o centro opera em tempo integral, servindo café da manhã, almoço e lanche da tarde.

A coordenadora Grazi Ramos enfatizou as parcerias importantes estabelecidas com o centro: “Essas atividades são desenvolvidas em parceria com o Centro de Referência de Assistência Social -CRAS , o Centro de Referência Especializado de Assistência Social -CREAS, o Grupo de Apoio ao Serviço Humanitário ,GASH que é o grupo coordenado pela primeira dama Lurdinha Lima. E a gente fez também duas parcerias importantes esse ano com duas universidades, que é o Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC, que oferece o curso de medicina em Cruzeiro do Sul, que vão desenvolver uns projetos aqui conosco, e também a Clarentiano, com o grupo da turma de fisioterapia” , elencou.

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Margarida Neves da Silva, 83 anos, falou sobre a importância do centro para sua vida ” Isso aqui representa tudo pra minha vida. É a nossa amizade, é o nosso bate-papo, é a nossa vivência de sexta-feira, o dia todinho, né? E aqui a gente encontra essas pessoas maravilhosas, porque é uma joia, é uma joia rara que a gente encontrou aqui, no nosso lar. Aqui representa o nosso lar”.

Maria do Carmo da Silva, 79 anos, frequenta o Centro do Idoso já há 20 anos. “Entrei com 58 anos, 20 anos que eu frequento aqui. Aqui é importante pra mim que eu antes vivia só. Quando eu venho pra cá, pra mim é tudo. Me encontro com os conhecidos, com os amigos”.

Segundo a primeira-dama Lurdinha Lima, o objetivo é oferecer um ambiente onde os idosos se sintam valorizados e apoiados:

“Quando eles chegam nessa casa são bem acolhidos, com muita alegria, com muita saúde, que muitos chegam aqui doentes e saem daqui curados dos seus problemas. Porque aqui é uma casa que oferta a eles atividade física, jogos, artesanato, cultura. Aqui eles vivem um pouco de tudo. Enquanto em casa muitos vivem numa solidão, aqui eles encontram amigos, fazem novas amizades, se divertem, sorriem. Então é um prazer para a gestão municipal poder proporcionar isso através do Centro do Idoso, juntamente com a assistência social que faz um trabalho maravilhoso junto com a coordenação do Centro “, enfatizou a primeira dama.

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