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Acre deve virar Rondônia? Ou Rondônia deve virar o Acre? Projetos de Acre e Rondônia tiveram frutos diferentes

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Acre e Rondônia são estados vizinhos da Amazônia brasileira. Dois estados com tamanhos parecidos, envolvidos pela floresta, e com projetos muito distintos de relação com a terra. Ao longo dos últimos 20 anos, como os dois projetos avançaram? Rondônia cresceu mais, ao preço do desmatamento. O Acre preservou mais, ao preço da estagnação.

O Acre é o estado brasileiro por opção. O estado que lutou contra a Bolívia, e lutou contra o Brasil, para ser reconhecido brasileiro.  Na virada do século XX, foi povoado por migrantes, especialmente do Nordeste, que se uniram às fileiras da exploração do látex, durante o ciclo da borracha. Rapidamente, o Acre se tornou o estado do extrativismo—ou o estado da floresta.

Rondônia, por sua vez, é o estado do empreendedorismo no campo. Ainda como território do Guaporé, nas décadas de 1970 e 1980, a região hospedou programas de assentamento do INCRA e o Polo Noroeste, projeto de colonização do governo federal que atraiu migrantes sulistas vocacionados à produção e alocados em pequenas propriedades no campo. O empreendedorismo rural rapidamente converteu Rondônia em fronteira pujante do agronegócio, em especial, da pecuária.

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Nos últimos 20 anos, os projetos de Acre e Rondônia tiveram frutos diferentes.

Na economia, o contraste de performance entre o “Acre dos extrativistas” e a “Rondônia dos pecuaristas” é marcante. Em 2002, o PIB per capita de Rondônia era de R$ 20.3 mil, enquanto o do Acre, R$ 19.7 mil.  Ou seja: os estados possuíam renda equivalente.  Quase duas décadas depois, o PIB per capita de Rondônia aumentou quase 50%, batendo R$ 29.1 mil em 2018, ao passo que o Acre parou no tempo: o estado chega a 2018 com PIB de R$ 20.4 mil, praticamente o mesmo valor de 2002.

Na área social, o contraste entre os dois casos também é significativo.  Em 2006, repasses do Bolsa Família em Rondônia eram de R$ 90 per capita. No Acre, R$ 123.  Quase uma década e meia depois, em 2019, o que ocorreu com os números?  No Acre, as transferências do programa federal quase triplicaram, atingindo valor de R$ 356 per capita.  Rondônia, por sua vez, manteve a proporção de transferências quase inalterada em relação a 2006: R$ 87 per capita.

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Desde a crise de 2014-2016, a velocidade da reação de Acre e Rondônia também tem sido muito diferente.  Em Rondônia, bastaram dois anos para que o estado recuperasse o nível de renda per capita de 2014.  Já no Acre, em 2018, a economia do estado permanecia 20% inferior ao início da crise e, ainda hoje, não foi capaz de retomar nível do passado. Na mesma linha, as transferências de renda per capita do Bolsa Família em Rondônia eram 50% menores em 2019, em comparação com 2014, enquanto no Acre a queda foi de 8%.Nada disso, vale ressaltar, veio sem um preço ambiental.  O Acre foi muito mais capaz de preservar a floresta e de conviver em relativa harmoniza com ela. Hoje, o estado mantém-se 87% preservado, em que pese sinais crescentes de desmatamento.  Rondônia, por sua vez, cresceu com modelo econômico que pressionou muito mais a degradação. Hoje, o estado já perdeu 37% da sua cobertura florestal.

Qual dos dois projetos é melhor? O melhor é não ter de escolher entre crescimento ou preservação; entre pobreza ou devastação. O melhor é abrir espaço, em cada estado, para a geração de renda e riqueza com inclusão produtiva, conciliando as aspirações legítimas de progresso e bem-estar de todo indivíduo, com a necessidade de preservação ambiental. Para isso, o Acre não tem de virar Rondônia, nem o inverso. O melhor caminho é cada um tentar se tornar outra coisa, ou uma versão melhor de si mesmo.

* Professor da FGV EESP e da FGV Direito Rio; coordenador do Observatório de Bioeconomia da FGV

** Graduando em Economia na FGV EPGE e membro do Observatório de Bioeconomia da FGV

⁕Dados monetários estão corrigidos para valores de dezembro de 2020. Com exceção do PIB, todos os valores estão corrigidos pelo IPCA. PIB corrigido pelo deflator implícito. Transferências per capita do Bolsa Família definidas como razão entre as transferências para cada estado e população em um determinado ano.

Daniel Barcelos Vargas, Vinícius Hector Pires Ferreira – Publicado no Estadão

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Veja o Vídeo Abaixo: A Assembleia Legislativa do Estado do Acre tem se preocupado em proporcionar mais dignidade para a população acreana, aprovou a lei 3.795 de 27 de outubro de 2021 que trata da obrigatoriedade de incluir os absorventes aos itens de higiene das Unidades de ensino e disponibilizar, gratuitamente , nos banheiros das Escolas públicas Estaduais.

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Veja o Vídeo Abaixo: Em consonância com a Lei Nº 3.7757, de 13 de julho de 2021, a Assembleia Legislativa do Estado do Acre traz uma campanha de conscientização “Dezembro Verde”, há toda a população com relação aos animas, principalmente os que estão em situação de rua, pois os pets são o símbolo de amor ao próximo e o melhor amigo do homem, então ame-o!!

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Centro de Convivência do Idoso em Cruzeiro do Sul reinicia atividades para as pessoas da terceira idade

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(Assessoria) – O Centro de Convivência do Idoso reiniciou nesta sexta, 5, com um baile de boas-vindas, as suas atividades para as pessoas da terceira idade que frequentam o espaço. A partir de segunda-feira,8, pela manhã e tarde haverá trabalhos corporais, hidroginástica, artesanato,terapia ocupacional,passeios, palestras. As rodas de conversa, grupos de convivência no Espaço Café com Prosa,com jogos de baralho, dominó, dama e xadrez, também são retomados.

O Centro de Convivência do Idoso funciona de segunda a quinta-feira, nos horários das 7:30 às 11:30h e das 14:00 às 17:00h, oferecendo café da manhã e lanche da tarde. Às sextas-feiras, o centro opera em tempo integral, servindo café da manhã, almoço e lanche da tarde.

A coordenadora Grazi Ramos enfatizou as parcerias importantes estabelecidas com o centro: “Essas atividades são desenvolvidas em parceria com o Centro de Referência de Assistência Social -CRAS , o Centro de Referência Especializado de Assistência Social -CREAS, o Grupo de Apoio ao Serviço Humanitário ,GASH que é o grupo coordenado pela primeira dama Lurdinha Lima. E a gente fez também duas parcerias importantes esse ano com duas universidades, que é o Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC, que oferece o curso de medicina em Cruzeiro do Sul, que vão desenvolver uns projetos aqui conosco, e também a Clarentiano, com o grupo da turma de fisioterapia” , elencou.

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Margarida Neves da Silva, 83 anos, falou sobre a importância do centro para sua vida ” Isso aqui representa tudo pra minha vida. É a nossa amizade, é o nosso bate-papo, é a nossa vivência de sexta-feira, o dia todinho, né? E aqui a gente encontra essas pessoas maravilhosas, porque é uma joia, é uma joia rara que a gente encontrou aqui, no nosso lar. Aqui representa o nosso lar”.

Maria do Carmo da Silva, 79 anos, frequenta o Centro do Idoso já há 20 anos. “Entrei com 58 anos, 20 anos que eu frequento aqui. Aqui é importante pra mim que eu antes vivia só. Quando eu venho pra cá, pra mim é tudo. Me encontro com os conhecidos, com os amigos”.

Segundo a primeira-dama Lurdinha Lima, o objetivo é oferecer um ambiente onde os idosos se sintam valorizados e apoiados:

“Quando eles chegam nessa casa são bem acolhidos, com muita alegria, com muita saúde, que muitos chegam aqui doentes e saem daqui curados dos seus problemas. Porque aqui é uma casa que oferta a eles atividade física, jogos, artesanato, cultura. Aqui eles vivem um pouco de tudo. Enquanto em casa muitos vivem numa solidão, aqui eles encontram amigos, fazem novas amizades, se divertem, sorriem. Então é um prazer para a gestão municipal poder proporcionar isso através do Centro do Idoso, juntamente com a assistência social que faz um trabalho maravilhoso junto com a coordenação do Centro “, enfatizou a primeira dama.

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