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“O Brasil é Terra Indígena”: Francisco Piyãko Alerta sobre desastre após derrubada do veto ao Marco Temporal

Em meio às críticas, Francisco Piyãko concluiu seu pronunciamento reafirmando a posição da Opirj contra os ataques e a tese falida relacionada ao Marco Temporal.

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Francisco Piyãko ressaltou o impacto positivo da demarcação de terras indígenas no controle do desmatamento – Foto Sérgio Vale

Francisco Piyãko, Coordenador da Opirj e Liderança Ashaninka, expressou sua profunda preocupação diante da recente decisão do Congresso Nacional sobre o Veto 30/2023, relacionado ao Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas, conforme estabelecido pela Lei 14.701, de 2023. Suas palavras ecoaram como um alerta sobre as implicações sérias que a derrubada desse veto pode trazer para o país.

Segundo Piyãko, a ação do Congresso representa um “quadro gravíssimo” e denota uma postura criminosa ao ameaçar destruir as conquistas alcançadas pelas comunidades indígenas. Ele ressaltou que tal decisão coloca o Brasil em desacordo com as discussões globais e representa uma ameaça real aos direitos indígenas, alertando para o potencial de um estado de conflito sério.

“É uma postura criminosa, além de violar direitos, reafirma a possibilidade de levar o país para um estado de conflito muito sério,” enfatizou Francisco Piyãko em seu pronunciamento.

O líder indígena destacou ainda que a decisão do Congresso demandará uma grande mobilização por parte dos Povos Indígenas e dos movimentos sociais. Ele afirmou que não permitirão que a energia seja gasta desnecessariamente, e chamou a atenção para a importância de unir forças com a minoria dentro do Congresso que não está alinhada com a derrubada do veto.

“A parcela que não está com esse grupo que derrubou o veto do presidente Lula ao Marco Temporal tem que ser separada, pode ser a minoria, mas é uma minoria que está lá dentro e que tem que ganhar força e a ajuda da sociedade,” disse Piyãko.

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Além das preocupações com os direitos indígenas, Francisco Piyãko ressaltou o impacto positivo da demarcação de terras indígenas no controle do desmatamento. Ele citou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicando que enquanto cerca de um quarto do bioma amazônico já foi desmatado fora dos territórios indígenas, dentro destes, o número é de apenas 1,5%, tornando essas áreas as mais preservadas.

“Querer acabar com os Povos Indígenas não pode ser uma missão deste Congresso. A Constituição não permite isso,” afirmou Piyãko, enfatizando a importância de respeitar os direitos indígenas e reconhecer o papel vital das Terras Indígenas na preservação ambiental.

Em meio às críticas, Francisco Piyãko concluiu seu pronunciamento reafirmando a posição da Opirj contra os ataques e a tese falida relacionada ao Marco Temporal. “O Brasil é Terra Indígena,” declarou ele, sublinhando a importância fundamental dessas terras para o país e o mundo.

Confira a nota completa:

A derrubada do veto ao Marco Temporal para terras indígenas, na quinta-feira, 14, representa o quadro gravíssimo de um Congresso ameaçador que, concretamente, está trabalhando para destruir nossas conquistas, desconstruir esse ambiente e ir na contramão do que o mundo está discutindo.

É uma postura criminosa, além de violar direitos, reafirma a possibilidade de levar o país para um estado de conflito muito sério. Os Povos Indígenas e movimentos sociais vão gastar muita energia desnecessária, claro que não vamos permitir isso.

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A parcela que não está com esse grupo que derrubou o veto do presidente Lula ao Marco Temporal tem que ser separada, pode ser a minoria, mas é uma minoria que está lá dentro e que tem que ganhar força e a ajuda da sociedade. Porque não dá para você ter um Congresso com esse grau de maldade, de impacto que pode trazer para nossas vidas, puramente uma ameaça.

É lamentável termos no Brasil, ainda, uma parte do Congresso que se coloca na contramão do Mundo e de uma discussão que está mais do que comprovada cientificamente, com todos os números apontando que é preciso haver um outro caminho para frear as Mudanças Climáticas e seus efeitos.

Os Povos Indígenas jamais vão aceitar esses ataques! Isso representa levar o país para uma crise de muitos conflitos, incentivando invasões aos territórios enquanto as comunidades indígenas tentam defender os seus direitos, garantidos pela Constituição.

Querer acabar com os Povos Indígenas não pode ser uma missão deste Congresso. A Constituição não permite isso.

Nós, da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj), nos colocamos mais uma vez contra esses ataques que insistem em uma tese falida, como já demonstrado pelo Supremo Tribunal Federal na questão do Marco Temporal.

O Brasil é Terra Indígena!

Cruzeiro do Sul, 18 de dezembro de 2023

Francisco Piyãko – Coordenador da Opirj e Liderança Ashaninka

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Governo Federal já controlou ou extinguiu 70% dos incêndios na Amazônia, Pantanal e Cerrado

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Brigadistas do Prevfogo/Ibama e ICMBio combatem incêndios na Terra Indígena Tenharim/Marmelos, no Amazonas – Foto: Assessoria

(Gov) – Peças de desinformação estão subestimando as ações do Governo Federal no combate às queimadas que afetam o Brasil. Manter a floresta em pé é um dos compromissos desta gestão, ao lado do trabalho de combate aos incêndios criminosos e de responsabilização dos culpados. O uso do fogo no Pantanal e na maior parte da Amazônia está proibido e é crime, com pena de 2 a 4 anos de prisão. A Polícia Federal tem mais de 50 inquéritos abertos contra responsáveis por incêndios.

De acordo com o Boletim do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, 2.992 profissionais estão envolvidos no combate aos incêndios em todo o Brasil entre brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). militares das Forças Armadas e pessoal da Força Nacional de Segurança Pública. O esforço contra os incêndios também conta com 30 aeronaves entre aviões e helicópteros do Ibama, ICMBio e Forças Armadas.

Dos 820 incêndios registrados até 15 de setembro registrados incêndios na Amazônia, Cerrado e Pantanal 402 foram extintos e 184 controlados. O esforço dos brigadistas, militares e demais envolvidos nesse combate às chamas já extinguiu ou controlou 71% dos incêndios nos três biomas.

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De acordo com o Cemaden, 58% do território nacional está afetado pela seca. Em cerca de um terço do país, o cenário é de seca severa. No Pantanal, a mudança do clima intensificou em cerca de 40% os incêndios florestais registrados em junho. A emergência climática elevou em até 20 vezes a probabilidade das condições climáticas que intensificaram os incêndios na Amazônia Ocidental de março de 2023 a fevereiro de 2024.

Por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), foram convocados 150 bombeiros militares da Força Nacional para atuar no combate aos incêndios pelo país. Até o momento, mais de R$ 38,6 milhões foram destinados pelo MJSP para custeio das forças de segurança dos estados e do Distrito Federal nas operações de proteção dos biomas — incluindo o combate a incêndios e a situações extremas de clima — de janeiro até agosto de 2024.O valor corresponde a um aumento de mais de 400% em relação a todo o ano de 2022, quando foram pagos aproximadamente R$ 9,4 milhões.

O governo brasileiro decidiu enviar missão humanitária para combater, em coordenação com as autoridades bolivianas, os incêndios florestais em curso na faixa de fronteira comum entre os dois países. Os incêndios ao longo da faixa de fronteira ameaçam atingir também o Pantanal brasileiro. Integram a missão 37 bombeiros militares da Força Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), e por 25 efetivos do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

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A área sob alertas de desmatamento na Amazônia em agosto de 2024 foi a menor em seis anos. Segundo dados do sistema de monitoramento Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a queda foi de 10,6% em relação a agosto de 2023, quando o país já havia retomado as políticas ambientais, e de 69,7% em relação ao mesmo mês de 2022.

No Cerrado houve queda de 12% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2023. Neste ano foram 404 km² no mês, contra 458 km² no ano passado. No recorte de janeiro a agosto, a queda em 2024 é de 16% em relação a 2023: 4.573 km² neste ano contra 5.459km² no ano passado.

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