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Governo discute emergência climática com juízes da Corte Interamericana de Direitos Humanos

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O Brasil sedia nesta semana o 167º Período de Sessões da Corte, evento que se desdobra em seminários, encontros com autoridades e audiências – Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasi

(Gov) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã desta quinta-feira (23/5), no Palácio do Planalto, uma comitiva de cinco juízes da Corte Interamericana de Direitos Humanos. O Brasil sedia nesta semana o 167º Período de Sessões da Corte, evento que se desdobra em seminários, encontros com autoridades e audiências em Brasília (DF) e Manaus (AM).

A conversa com os magistrados teve como pauta principal a conexão entre emergência climática e direitos humanos, um dos temas prioritários da Corte. Lula, que esteve acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reafirmou o compromisso internacional assumido pelo país de acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.

O presidente citou parceria inédita estabelecida pelo Governo Federal com municípios da região amazônica em prol do desenvolvimento sustentável e da preservação ambiental. O programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais na Amazônia foi lançado em abril. A iniciativa prevê R$ 730 milhões em investimentos para promover o desenvolvimento sustentável e combater o desmatamento e incêndios florestais em 70 municípios prioritários, responsáveis por 78% do desmatamento na Amazônia em 2022.

São R$ 600 milhões do Fundo Amazônia e R$ 130 milhões do Floresta+. A iniciativa integra o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, relançado em junho de 2023, após suspensão na gestão anterior. A partir de agora, Governo Federal e municípios vão trabalhar interligados em investimentos e ações de proteção à Amazônia.

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Lula enfatizou, ainda, a perspectiva de inclusão dos interesses dos povos amazônicos nos debates sobre o clima proporcionada pela realização da COP30, a conferência da Organização das Nações Unidas sobre o clima, em Belém, no Pará, em 2025.

Presidente da Corte, a juíza Nancy Hernández agradeceu a recepção e destacou a abrangência dos desafios direcionados à mudança climática. Ela ressaltou que, entre os processos da Corte, este é o de maior alcance, com mais de 600 organizações de todo o mundo participando, entre Estados, organizações públicas e da sociedade civil.

A conversa também abordou a visita que integrantes da Corte Interamericana de Direitos Humanos fizeram à terra indígena Yanomami, em Roraima, no ano passado. O presidente Lula destacou a importância da força-tarefa que atua na região desde 2023. Citou o reforço de mais de R$ 1 bilhão em investimentos a partir de Medida Provisória editada este ano . Os recursos permitiram, entre outras iniciativas, criar a Casa de Governo em Boa Vista. A ação integrada do Governo Federal envolve atendimentos em saúde, vigilância e combate ao garimpo e ao desmatamento ilegal, assistência social e fomento à cultura e às tradições indígenas.  O presidente e os juízes concordaram que os desafios envolvidos são de grande magnitude, o que reforça a necessidade da presença do Estado.

O presidente Lula citou ainda a complexidade do trabalho evolvido na reconstrução do Rio Grande do Sul, resultado das inundações que afetam mais de 400 municípios. O presidente relembrou sua experiência pessoal de sofrimento e perdas materiais com enchentes, e relatou o trabalho que envolve 17 ministérios nas ações de salvamento, acolhimento, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução do estado. “O povo do Rio Grande do Sul está sofrendo muito”, disse.

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Vice-presidente da Corte e representante brasileiro na comitiva, Rodrigo Mudrovitsch detalhou a agenda já cumprida pelos juízes nesta visita ao Brasil. Citou encontros com o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, com o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, e com o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Manoel Carlos de Almeida.

Também participaram da audiência com o presidente Lula os juízes Humberto Antonio Sierra Porto (Colômbia), Eduardo Ferrer Mac-Gregor Poisot (México), Verónica Gómez (Argentina) e  o secretário Pablo Saavedra Alessandri,  além do chefe da Divisão de Contenciosos em Direitos Humanos do Ministério das Relações Exteriores, Pedro da Silveira Montenegro.

A Corte Interamericana de Direitos Humanos é um dos três tribunais regionais de proteção dos direitos humanos, junto com o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e a Corte Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. É uma instituição judicial autônoma com o objetivo de aplicar e interpretar a Convenção Americana. A Convenção Americana, também chamada de Pacto de San José, é um tratado internacional que prevê direitos e liberdades que precisam ser respeitados pelos Estados Partes. Os país que ratificaram a Convenção são: Argentina, Barbados, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Dominica, Equador, El Salvador, Granada, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname e Uruguai.

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Amazônia

Governo Federal já controlou ou extinguiu 70% dos incêndios na Amazônia, Pantanal e Cerrado

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Brigadistas do Prevfogo/Ibama e ICMBio combatem incêndios na Terra Indígena Tenharim/Marmelos, no Amazonas – Foto: Assessoria

(Gov) – Peças de desinformação estão subestimando as ações do Governo Federal no combate às queimadas que afetam o Brasil. Manter a floresta em pé é um dos compromissos desta gestão, ao lado do trabalho de combate aos incêndios criminosos e de responsabilização dos culpados. O uso do fogo no Pantanal e na maior parte da Amazônia está proibido e é crime, com pena de 2 a 4 anos de prisão. A Polícia Federal tem mais de 50 inquéritos abertos contra responsáveis por incêndios.

De acordo com o Boletim do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, 2.992 profissionais estão envolvidos no combate aos incêndios em todo o Brasil entre brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). militares das Forças Armadas e pessoal da Força Nacional de Segurança Pública. O esforço contra os incêndios também conta com 30 aeronaves entre aviões e helicópteros do Ibama, ICMBio e Forças Armadas.

Dos 820 incêndios registrados até 15 de setembro registrados incêndios na Amazônia, Cerrado e Pantanal 402 foram extintos e 184 controlados. O esforço dos brigadistas, militares e demais envolvidos nesse combate às chamas já extinguiu ou controlou 71% dos incêndios nos três biomas.

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De acordo com o Cemaden, 58% do território nacional está afetado pela seca. Em cerca de um terço do país, o cenário é de seca severa. No Pantanal, a mudança do clima intensificou em cerca de 40% os incêndios florestais registrados em junho. A emergência climática elevou em até 20 vezes a probabilidade das condições climáticas que intensificaram os incêndios na Amazônia Ocidental de março de 2023 a fevereiro de 2024.

Por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), foram convocados 150 bombeiros militares da Força Nacional para atuar no combate aos incêndios pelo país. Até o momento, mais de R$ 38,6 milhões foram destinados pelo MJSP para custeio das forças de segurança dos estados e do Distrito Federal nas operações de proteção dos biomas — incluindo o combate a incêndios e a situações extremas de clima — de janeiro até agosto de 2024.O valor corresponde a um aumento de mais de 400% em relação a todo o ano de 2022, quando foram pagos aproximadamente R$ 9,4 milhões.

O governo brasileiro decidiu enviar missão humanitária para combater, em coordenação com as autoridades bolivianas, os incêndios florestais em curso na faixa de fronteira comum entre os dois países. Os incêndios ao longo da faixa de fronteira ameaçam atingir também o Pantanal brasileiro. Integram a missão 37 bombeiros militares da Força Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), e por 25 efetivos do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

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A área sob alertas de desmatamento na Amazônia em agosto de 2024 foi a menor em seis anos. Segundo dados do sistema de monitoramento Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a queda foi de 10,6% em relação a agosto de 2023, quando o país já havia retomado as políticas ambientais, e de 69,7% em relação ao mesmo mês de 2022.

No Cerrado houve queda de 12% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2023. Neste ano foram 404 km² no mês, contra 458 km² no ano passado. No recorte de janeiro a agosto, a queda em 2024 é de 16% em relação a 2023: 4.573 km² neste ano contra 5.459km² no ano passado.

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