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Chico Mendes e o seu lega serão homenageados 7ª mostra Ecofalante

Aos 44 anos, o ativista Chico Mendes era assassinado em sua casa  vítima de uma emboscada.

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Aos 44 anos, o ativista Chico Mendes era assassinado em sua casa  vítima de uma emboscada.

O tiro calou o ativista dos seringais do Acre mas não a sua causa. Chico se transformou num símbolo mundial contra a exploração irracional da Floresta Amazônica e da defesa dos povos da floresta.

Trinta anos após sua morte, a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental escolhe Chico Mendes como o homenageado de sua 7ª edição. O objetivo é relembrar sua trajetória e atualizar a importância do seu legado que serão apresentados nos filmes Chico Mendes, Eu Quero Viver e Crianças da Amazônia e no debate que será realizado, no dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.

Chico nasceu e foi criado no seringal Porto Rico, próximo à fronteira do Acre com a Bolívia, em Xapuri, estado do Acre. Aos 9 anos, muito antes de aprender a ler e a escrever, tomou para si a mesma profissão do pai: seringueiro. Ao longo dos anos, se viu cercado de uma injustiça crescente.

A convivência com Euclides Távora – um refugiado político que vivia nos seringais onde Chico trabalhava – despertou no garoto, de 12 anos, o respeito pela natureza e a importância de lutar pela terra coletiva.

Ele passou a atuar na diretoria do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Brasileia (STR), o primeiro criado no Acre, presidido pelo líder Wilson Pinheiro. Foi nessa fase que os seringueiros criaram os “empates às derrubadas” – uma importante forma de resistência ao avanço da pecuária e o desmatamento que ameaçavam os seringais.

Após o assassinato do presidente Wilson Pinheiro, Chico passou a comandar o STR, em 1983. Com a organização do primeiro Encontro Nacional dos Seringueiros e a criação do Conselho Nacional dos Seringueiros, ele ganhou mais força como uma importante voz dos povos da floresta.

A luta de Chico para proteger a floresta e o direito dos trabalhadores ganhou repercussão internacional em 1987 com o lançamento do documentário produzido por Adrian Cowell, cinegrafista inglês que filmou o Encontro Nacional e decidiu acompanhar o cotidiano do líder seringueiro. Cowell também foi homenageado na 1ª edição da Mostra Ecofalante, em 2012.

O convite para Chico denunciar a destruição da floresta no congresso norte-americano, em Washington, resultou na suspensão dos financiamentos internacionais aos projetos que resultavam na destruição da floresta até que fossem tomadas medidas de proteção ao meio ambiente e aos povos atingidos.

Entre 1987 e 1988, Chico Mendes ganhou o Global 500, prêmio da ONU, na Inglaterra e a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society, nos Estados Unidos. Entretanto, quanto mais visibilidade internacional ele alcançava, mais aumentavam suas desavenças no Brasil e as ameaças de morte.

A atuação de Chico desagradava as forças conservadoras e era alvo de uma campanha movida pela imprensa, pela polícia federal, por políticos e por juízes. Ele era acusado de ser um inimigo a serviço dos norte-americanos. Além disso, incomodava os grileiros de terras que se diziam prejudicados pela atuação dos seringueiros. Entre esses estava Darly Alves, o mandante da sua morte.

“A grande importância dele foi construir uma aliança social em defesa dos trabalhadores, das comunidades tradicionais e da floresta. Chico Mendes tem o valor de líder e herói nacional, que enxergou além de Xapuri, do Acre e do Brasil”, diz Cláudio Maretti, diretor de ações socioambientais do Instituto Chico Mendes, órgão do Ministério do Meio Ambiente que tem como objetivo executar as ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação e colaborar para a proteção da biodiversidade. “Ao falar dele, nunca podemos apenas querer reproduzir o que ele construiu lá atrás, mas incentivar mudanças na atualidade. Hoje, falta no Brasil uma liderança que nos leve para frente através de alianças sociais e ambientais. Por isso, incentivamos que sejam feitos debates sobre o Chico. Agradeço à Ecofalante pelo homenagem, em meu nome, do Instituto e das reservas extrativistas”, completa Maretti.

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Dois filmes sobre a vida do ativista compõe a programação da 7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental. Chico Mendes, Eu Quero Viver, do diretor Adrian Cowell (que teve seu acervo doado à Pontifícia Universidade Católica de Goiás) mostra a trajetória do líder seringueiro no Acre, em defesa da Amazônia. Com registros feitos entre 1985 e 1988, acompanhamos Chico Mendes na organização dos seringueiros em defesa da floresta, no nascimento da Aliança dos Povos da Floresta, e na luta pela demarcação das primeiras reservas extrativistas na Amazônia. O filme mostra, ainda, a trama armada para seu assassinato e as repercussões no Brasil e no mundo.

Adrian Cowell esteve no Brasil pela primeira vez em 1957, quando a Oxford & Cambridge Expedition veio à América do Sul para a produção da série “Adventure” da BBC. Em 1961, junto com o cinegrafista Louis Wolfers, viajou por vários estados brasileiros e produziu as séries: “The Destruction of The Indian” (A Destruição do Índio) e “The Fate of Colonel Fawcett” (O Destino do Coronel Fawcett). Dois anos depois, durante uma viagem de jipe pelo Nordeste com o cinegrafista Jesco von Puttkamer, produziu a série “The Devil in the Backlands” (Cultos do Sertão). Passou toda a década de 1980 no Brasil filmando a série “The Decade of Destruction” (A Década da Destruição), que apresenta os efeitos negativos da BR 364 na floresta amazônica, os povos indígenas e os problemas enfrentados pelos migrantes atraídos pela esperança de ganhar um lote de terra.

Já em Crianças da Amazônia, a cineasta Denise Zmekhol viaja por essa mesma estrada, a  BR 364, que corta o coração da Amazônia, à procura das crianças Suruí e Negarotê que ela havia fotografado 15 anos antes. Trata-se de uma jornada espacial, mas é também uma viagem no tempo que permite uma reflexão sobre as mudanças ocorridas, nesse período, na maior floresta do planeta, depois que a estrada cortou suas terras. O filme foi premiado em mais de vinte festivais e concursos de cinema ao redor do mundo.

“Entre 1987 e 1990 viajei à Amazônia em várias ocasiões. O que chamou muito minha atenção foram as crianças, cujos pais sobreviviam inteiramente da floresta amazônica, que estavam agora rodeadas de coisas que estavam destruindo a floresta. Fotografei Chico Mendes e sua família”, conta Denise sobre o início, não planejado, de seu projeto. Quinze anos depois, e longe do Brasil, ela resolveu olhar as fotografias que tirara e que nunca havia impresso nem mostrado a ninguém. “As imagens trouxeram uma recordação dolorosa: um telefonema que recebi de Chico em dezembro de 1988, me pedindo para filmar seu enterro. Eu respondi que ele não iria morrer, que ainda tinha muito trabalho pela frente. Duas semanas depois, ele foi assassinado. Emocionada com as fotos das crianças e pensando no assassinato de Chico, resolvi voltar à Amazônia – desta vez para fazer um filme. Apesar de não conseguir filmar seu enterro, sinto que o filme conta uma história mais importante ainda, que é a da sua vida e do seu legado. Foi muito tocante poder contar isso através de seus filhos Elenira e Sandino, sua esposa Ilzamar e o seu primo e companheiro de luta, Raimundo Barbosa”, diz a diretora.

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Só em 1990, após a morte do ativista, foram criadas quatro reservas extrativistas com área de cerca de dois milhões de hectares no Acre, em Rondônia e no Amapá. O Seringal Cachoeira, o estopim de sua morte, com cerca de 30 mil hectares, foi transformado oficialmente na Reserva Extrativista Chico Mendes.

Hoje, as reservas extrativistas que integram o Sistema Nacional de Unidades de Conservação representam cerca de 15 milhões de hectares.

Além da exibição dos dois filmes, haverá um debate sobre o significado de Chico Mendes 30 anos após sua morte com cerimônia de homenagem com a presença de convidados que levam adiante o legado do líder ambientalista, como sua filha Elenira Mendes e a vice-presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros, Edel Nazaré de Moraes Tenório.

Serviço:

7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental v31 de maio a 13 de junho de 2018 entrada franca Locais: Reserva Cultural, Espaço Itaú de Cinema – Augusta, Centro Cultural Banco do Brasil, Circuito Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo), Circuito Spcine Paulo Emílio (Centro Cultural São Paulo), Circuito Spcine Olido, Circuito Spcine Tiradentes, Unibes Cultural, Fábrica Brasilândia, Fábrica Capão Redondo, Fábrica Cidade Tiradentes, Fábrica Itaim Paulista, Fábrica Jaçanã, Fábrica Jardim São Luís, Fábrica Parque Belém, Fábrica Sapopemba, Fábrica Vila Curuçá, Fábrica Vila Nova Cachoeirinha. 

Circuito Spcine CEUs 

CEU Aricanduva 

CEU Butantã 

CEU Caminho do Mar 

CEU Feitiço da Vila 

CEU Jaçanã 

CEU Jambeiro 

CEU Meninos 

CEU Parque Veredas 

CEU Paz 

CEU Perus 

CEU Quinta do Sol 

CEU São Rafael 

CEU Três Lagos 

EU Vila Atlântica 

CEU Vila do Sol

Telejornal 3 de Julho 10ª Edição

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Prefeito Zequinha Lima anuncia show de Nadson Farinha na praça Orlei Cameli em Cruzeiro do Sul

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O evento será no dia 30 de abril, na praça Orlei Cameli.

A Prefeitura de Cruzeiro do Sul em parceria com o Governo do Estado, Associação Comercial e Industrial de Cruzeiro do Sul vai realizar no dia 30 de abril, a festa do trabalhador, com atração nacional que será o cantor Nadson O Ferinha. O evento contará com bandas locais, na Praça Orleir Cameli – Centro, a partir das 21h até as 3h da manhã e também terá a participação da Economia Solidária.

“Homenagear o trabalhador é reconhecer e valorizar o papel essencial que desempenham na sociedade. Essas homenagens não apenas celebram suas contribuições para o progresso econômico e social, mas também destacam a dignidade e o respeito que merecem por seu trabalho árduo e dedicação. É uma maneira de mostrar gratidão”, destacou o governador Gladson Cameli.

“O trabalhado é essencial, para o desenvolvimento do nosso município, por isso resolvemos trazer uma atração nacional e as locais para celebrar esse momento único que é o Dia do Trabalhador. Será uma grande festa e quero agradecer o apoio do governador Gladson Cameli e da Associação Comercial”, enfatizou o prefeito Zequinha Lima.

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O evento será promovido pela Associação Comercial e Industrial de Cruzeiro do Sul, Prefeitura de Cruzeiro do Sul e com apoio da Fundação Elias Mansour, Policia Militar e Corpo de Bombeiros.

Atração Nacional

Nadson de Jesus Alves é um cantor e compositor brasileiro de arrocha. O Ferinha é bastante conhecido pelas suas versões em arrocha de sucessos como a culpa é nossa, posta aí e cadê seu namorado moça.

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