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O agronegócio e a agricultura familiar

Tenho acompanhado, com atenção, pela imprensa, sucessivas declarações do governador do meu estado, Gladson Cameli (PROGRESSISTAS) reputando ao agronegócio a condição de suposta redenção econômica para o Acre.

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Tenho acompanhado, com atenção, pela imprensa, sucessivas declarações do governador do meu estado, Gladson Cameli (PROGRESSISTAS) reputando ao agronegócio a condição de suposta redenção econômica para o Acre.

Chama a atenção a contundência de sua defesa, sobretudo em uma semana em que Mato Grosso e Goiás, estados autoproclamados celeiros do Brasil, que figuram entre os quatro maiores produtores de soja da nação, decretaram calamidade financeira.

De fato, o agronegócio movimenta bilhões, por ano, em comércio exterior. Tem uma importância significativa para manter o saldo positivo (superavitário) da balança comercial brasileira. Sem dúvida, é um vetor importante para uma matriz de desenvolvimento econômico que se pretenda bem sucedida em um país com vocação agrícola.

No entanto, nem tudo são flores. Tampouco o agronegócio é, sozinho, a salvação da lavoura, com perdão do trocadilho. As monoculturas, típicas do agribusiness, trazem problemas de natureza ambiental, econômica e social.

Ambientais, porque desequilibram o ecossistema, fazendo prosperar pragas, empobrecendo o solo e anulando a biodiversidade presente em extensas áreas antropizadas para plantio de lavouras.

Econômicos porque, em primeiro lugar, geram poucos empregos, pois trabalham com plantio e colheita mecanizada, exigindo pequena quantidade de mão de obra; e, em segundo lugar, porque também geram poucas receitas tributárias para os municípios e estados, por conta de incentivos fiscais, tanto nos tributos estaduais, tais como o ICMS, quanto nos tributos federais, como no caso das isenções da Lei Kandir.

Sociais porque, gerando poucos empregos diretos, não promovem distribuição de renda e não contribuem assim para a redução das desigualdades e inclusão social.

Já a agricultura familiar, embora não possua o glamour das imagens de grandes colheitadeiras jorrando grãos e armazenando-os em gigantescos silos, é quem produz mais de 65% de tudo o que vai para a mesa de cada brasileiro.

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São muito mais sustentáveis com relação ao solo e ao meio ambiente, em virtude da diversificação de culturas em extensões territoriais pequenas. O que se perde em escala de quantidade, se ganha em diversidade e equilíbrio ambiental.

A agricultura familiar gera mais de 70% dos empregos no campo, número este que chega a mais de 90% em municípios de pequeno porte, segundo o IBGE. Em algumas centenas de hectares se consegue manter produtivas dezenas de famílias da agricultura familiar. Sem desmerecer o agronegócio, os médios e grandes produtores agrícolas, a capacidade que um produtor rural da agricultura familiar tem de gerar renda em uma pequena propriedade é proporcionalmente superior à rentabilidade de qualquer grande fazenda de gado.

Tal modelo se coaduna com o conceito de “economia de base diversificada”, que procura incluir os pequenos, sem excluir os grandes e que mais se aproxima dos princípios de democracia e justiça social. Já a renda obtida na atividade rural dos latifúndios, embora importante, fica concentrada nas mãos de poucos, afinal, para uma lavoura de monocultura se tornar viável e lucrativa, um único proprietário necessita de uma grande extensão de terra.

É claro que não se desconhece os demais elos da cadeia produtiva do agronegócio, sobretudo na área de maquinários, implementos e defensivos agrícolas. Contudo, para além do crescimento econômico, em um modelo de agronegócio restam prejudicadas a geração de emprego, a distribuição de renda, a inclusão social e a redução das desigualdades, sobretudo quando este modelo se contrapõe a outro, de estímulo a reforma agrária com assentamento de famílias e produção competitiva e em escala, na agricultura familiar de médio porte.

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O Brasil perdeu mais de 1,5 milhão de empregos no campo entre 1996 e 2017, segundo o IBGE. É urgente que se busque alternativas para reverter esse processo.

Para isso, é preciso ampliar a aplicação de conceitos como os de sistemas agroflorestais (SAF’s), consorciamento de culturas, ilhas de alta produtividade (IAP’s), dentre outros. Plantar macaxeira, milho, ter tanques de piscicultura, unidades de terminação (engorda) de frangos ou suínos, hortaliças, pomares de fruteiras perenes, banana, café, seringais de cultivo, tudo isso é possível, de maneira simultânea, em áreas de produção familiar.

Dá trabalho, exige muita dedicação do colono e sua família e exige assistência técnica, mecanização, garantia de escoamento da produção e crédito facilitado, com juros subsidiados e prazos de carência generosos. É isso ou a concentração de renda do latifúndio e do agribusiness.

3 de Julho Entrevista

Veja a entrevista com o senhor Antônio Muniz, ele que é coordenador da Casa de acolhimento Caminho de Luz, localizada no km 23 da Estrada do Pacífico, instituição de caridade esta sem fins lucrativos, mas que está disposta a ajudar os que a população juga não ter mais jeito, são pessoas que fazem uso abusivo de bebidas alcoólicas, dependentes químicos e pessoas que fazem uso de outras drogas, como por exemplo o cigarro.

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Fogos de monturo e de coivara: Em 2018, um representante do que há de pior na sociedade brasileira conseguiu subir a rampa do Palácio do Planalto

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A lista de indícios da prática de ilícitos supostamente cometidos pelo presidente, seus filhos e sua curriola não é pequena – Foto: Rafael Carvalho – Equipe de transição 

Há determinadas questões que, embora delas se fale e se saiba há tempos, só ganham repercussão adequada quando veículos de mass media resolvem abordar o assunto.

É o caso do esquema de servidores fantasmas e coleta de rachadinhas, adotado pelos membros do clã Bolsonaro em seus respectivos mandatos parlamentares durante décadas. O assunto é de conhecimento público há anos. Porém, ganhou outra dimensão após a divulgação de um áudio da ex-cunhada do presidente da República, Andrea Valle, em que afirma que tanto ela quanto o irmão repassavam o equivalente a mais de 90% de seus salários de assessores parlamentares ao então deputado federal Jair Bolsonaro.

Contudo, é a CPI da Covid – embora trate de outro assunto – quem tem ajudado a manter aceso esse verdadeiro “fogo de monturo”: quanto mais se avança nas oitivas e depoimentos, mais se descobre sobre o envolvimento direto do governo no boicote à produção do imunizante sino-brasileiro CoronaVac; sobre a omissão na aquisição do equivalente inglês da Pfizer; sobre a tentativa de compra superfaturada da indiana Covaxin; e sobre o pedido de propina na aquisição de vacinas da AstraZeneca. E, à medida que tais descobertas vêm à tona, elas se aproximam cada vez mais dos Palácios do Planalto e da Alvorada.

Um exemplo recente foi o ocorrido na sessão da CPI da Covid da última quarta-feira, 07/07, em que o presidente da Comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM) deu voz de prisão ao ex-diretor de logística do ministério da Saúde, Roberto Dias, investigado por suspeita de envolvimento em pedidos de propina sobre a aquisição de imunizantes. O ex-diretor teria ocupado o cargo, supostamente, por indicação do líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (DEM-DF). Roberto Dias era subordinado do coronel Elcio Franco, ex-secretário executivo da pasta. Esse, por sua vez, era o homem de confiança do ex-ministro, general Eduardo Pazuello, proxeneta do capitão-presidente.

A revelação de indícios do suposto envolvimento de militares da reserva que integram o governo com os esquemas de corrupção envolvendo a compra de vacinas irritou os três comandantes das Forças Armadas que, em conjunto com o ministro da Defesa, emitiram uma nota pra lá de acintosa, em tom ameaçador e intimidatório, contra o senador Aziz. Logo aqueles que são responsáveis por consumir R$ 19 bilhões ao ano só em pensões vitalícias para suas viúvas, filhas e netas querendo falar em moralidade. Um verdadeiro acinte à democracia, ao bom senso e à inteligência das pessoas.

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Além das rachadinhas e do rolo das vacinas, no super pedido de impeachment apresentado à Câmara dos Deputados, no dia 30/06, em que se reuniu os fatos e argumentos que embasaram os mais de 120 pedidos anteriores, reforçou-se ainda mais a tese de que Bolsonaro e diversos membros de sua camarilha seriam reincidentes em práticas criminosas, seja de crimes de responsabilidade, seja de crimes comuns.

A lista de indícios da prática de ilícitos supostamente cometidos pelo presidente, seus filhos e sua curriola não é pequena: Queiroz, Micheques, assessores fantasmas, rachadinhas, lavagem de dinheiro (com imóveis e lojas de chocolate), laranjal do PSL, apologia à tortura, apoio à ditadura, envolvimento com milícias, suspeita de envolvimento nos assassinatos de Marielle Franco, Anderson Gomes e Adriano da Nóbrega, interferência política na PF, Gabinete do Ódio, produção e difusão em massa de fake news, patrocínio e incitação à prática de atos anti-democráticos, orçamento paralelo e emendas extra-orçamentárias, aniquilamento das políticas indigenista e de proteção ambiental, autoritarismo, negacionismo, charlatanismo, curandeirismo, exercício ilegal da medicina, cloroquina, kit-covid, necropolítica, rolos das vacinas, aglomerações, motociatas, genocídio…

Em meio a esse cipoal de condutas ilícitas, em todos as rodadas mais recentes das séries históricas das pesquisas de avaliação presidencial e intenção de votos para 2022 (Ipec, CNT/MDA, DataPoder, XP/Ipespe e Datafolha), a popularidade de Bolsonaro derrete e as intenções de voto em Lula crescem.

Desesperado com essa queda livre, Bolsonaro vem subindo o tom das ameaças ao Estado Democrático de Direito: passou a intensificar seus questionamentos sobre a idoneidade das urnas eletrônicas, sua defesa do voto impresso e a afirmar que, sem eleições limpas, sequer haverá eleições no Brasil. A estratégia é pra lá de óbvia: está prevendo a sua derrota e já arruma justificativa para não aceitar o resultado. As reações têm sido enérgicas e de repúdio. Isso não vai dar em coisa boa.

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Fogo de monturo é uma expressão bem popular. Quando se junta um monte de entulho de origem vegetal – principalmente capim e folhagens – e nela se ateia fogo, a umidade presente nos galhos e folhas faz parecer, por vezes, que o fogo apagou. Uma pequena cutucada de vareta e as labaredas sobem como se estivessem apenas aguardando uma lufada de ar.

O fogo de monturo é traiçoeiro. Pega de surpresa. Não se pode confiar. O monturo do presidente é um verdadeiro embornal recheado de crimes, delitos e ilícitos de toda a natureza. A CPI da Covid é a vara que cavuca o monturo. Os atos de rua são a lufada de ar, que oxigena o fogo.

Esse “fogo de monturo” que, sorrateiramente, se aproxima cada vez mais do presidente, logo, logo se transformará em “fogo de coivara”: ao contrário do seu primo-irmão, esse é assaz violento. Sem um aceiro ao seu redor, ele te queima rapidinho. A queda será apenas uma questão de tempo.

E veja também no 3 de Julho Notícias

Veja o Vídeo Abaixo: A gestão do prefeito Jailson Amorim e seu vice-prefeito Pr. Nilson vem desenvolvendo ao longo destes sete meses um excelente trabalho voltado para o bem star da população e visando o desenvolvimento do município. Durante o início da gestão, houve alguns problemas que o município enfrentou como por exemplo a alagação em algumas comunidades rurais o que gerou prejuízos para os moradores. Mas apesar de tantos transtornos a prefeitura de Rodrigues Alves prestou todo o apoio às famílias atingidas, inclusive levou atendimento médico a comunidades rurais.

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