SIGILO ABSOLUTO – Exilado no Brasil, senador boliviano Roger Pinto estaria no Acre para se encontrar com sua família

O senador boliviano Roger Pinto Molina teria vindo ao Acre para se encontrar com sua família, a esposa Inez Blanca, suas duas filhas e quatro netos, que moram há um ano em uma residência alugada no município de Epitaciolândia, na fronteira do Acre/Brasil com o Departamento de Pando/Bolívia, onde ele tinha atuação parlamentar. Roger Pinto estava distante da família há mais 500 dias.

O inimigo número um do governo de Evo Morales teria chegado ao Acre com a ajuda de seu amigo, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC). De acordo com o que foi apurado pora, toda a logística e transporte no Acre para o senador da Bolívia teria sido providenciada pelo gabinete de Petecão, inclusive a viagem para a fronteira.

A estada de Roger no Acre, entretanto, é tratada no mais alto sigilo por questões de segurança. Um assessor de Sérgio Petecão, que pediu para não ter seu nome revelado, confirmou a informação. “Só sei que ele está no Acre. Veio ver a família. Não posso dizer mais, porque é perigoso pra ele”, disse. 

Procurado para dar declarações sobre o assunto, após o vazamento da informação, o senador Sérgio Petecão desconversou disse apenas que “Roger fica hospedado em meu apartamento em Brasília”.

Mas inesperadamente o senador acreano cancelou sua participação em comemoração aos 106 anos de fundação do município de Cruzeiro do Sul (segunda maior cidade do Acre) para voltar à capital. “Ele deve ter tido um problema muito sério para resolver em Rio Branco, pois não perderia esta festa por nada”, disse o prefeito Vagner Sales ao tentar a justificar a ausência de Petecão em solenidade festiva.

Saiba quem é o senador exilado Roger Pinto

Roger Pinto, 53 anos, é parlamentar da província de Pando, na Amazônia boliviana, e líder no Senado do grupo opositor Convergência Nacional. Na região de fronteira muitos o conhecem pelo apelido de “Chonta”.

Ele foi condenado em junho a um ano de prisão pelos crimes de “dano econômico ao Estado” e “abandono do dever”. Pinto responde a processos por venda de bens do Estado, corrupção e desacato.  Ele teria sido responsável por um rombo nos cofres do Estado boliviano de 1,6 milhão de dólares em 2000. Por outro lado, o senador alega perseguição política.

Depois de perseguido pelo governo de Evo Morales, Roger Pinto viveu como refugiado no edifício da embaixada do Brasil, em La Paz, por mais de um ano.

Asilado pelo governo brasileiro, ele viajou para o Brasil, no dia 28 de agosto deste ano. Molina foi trazido em um carro da embaixada do Brasil até Corumbá (MS), com apoio de fuzileiros navais.  No interior do Mato Grosso do Sul, ele foi recebido por policiais federais e depois viajou para Brasília.

A fuga do senador boliviano para o Brasil custou o cargo do até então ministro das Relações Exteriores, Antônia Patriota.  

FONTE-Ac24horas